Este artigo discute as diretrizes do Governo do Estado do Ceará, que determinam a utilização do Software Livre em todo o âmbito estadual no concernente à postura a ser adotada pelos profissionais de TIC deste Estado. São apresentados argumentos que esteiam e consubstanciam uma possível e desejável postura por parte de todos os envolvidos na migração para o SL.
O Governo do Estado do Ceará adotou o Software Livre, doravante, abreviado carinhosamente por SL, como modelo de produção e de utilização de conhecimento em TIC a ser seguido em todo âmbito de atuação dos agentes públicos do Ceará, a exemplo do que já vêm fazendo outros governos, países, prefeituras etc. Definiu-se, também, que o SL é uma política de Estado, e não de Governo. Esclarecedor, fundamental, mesmo que um Governo com orientação política, filosófica, ideológica, tecnológica etc, possa vir depois e perseguir diretrizes totalmente diferentes, afinal, vivemos em uma democracia. Os que forem doravante eleitos com voto do povo têm o direito de determinar qual a nossa concepção e quais as nossas posturas sobre tecnologia em TIC, de um modo ou de outro.
Algo que ficou pouco claro, por ocasião da publicação do Decreto que norteia as diretrizes do uso do SL, ou necessitando de maior discussão, é como se vão comportar os agentes públicos diretamente envolvidos não só na utilização do Software Livre, mas em em sua produção, manutenção e intercâmbio deste software, ou seja, programadores, analistas e responsáveis pelo código, documentação, rotinas e procedimentos em software na administração pública do Ceará. O documento que consubstancia a postura a ser adotada é o Decreto N° 29.255, de 09 de abril de 2008, que DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO DO USO DE SOFTWARE LIVRE E ESTABELECE AS DIRETRIZES DA POLÍTICA DE SOFTWARE LIVRE E DO Comitê Gestor de SL para o Governo do Estado do Ceará.
Este Decreto exara, em seu art. 5 (das Ações Prioritárias):
... 5.1.1. Incentivar os profissionais do Governo a contribuírem com as comunidades de desenvolvimento de Software Livre, e
5.1.2. Realizar estudos visando compartilhar a infra-estrutura de TIC do Governo com as demais entidades de Software Livre...
Não se pode imaginar ter sido esta aparente falta de clareza ou de delimitação de ações ou de posturas, algo intencional; parece, isto sim, do ponto de vista de quem participou e participa do processo no Estado, que é necessária a participação mais efetiva da comunidade de pessoas que têm, por atribuição, quer por engajamento, pura e simplesmente, no sentido de conferir ao processo mais clareza, mais compreensão da necessidade de engajamento de toda a categoria de profissionais de TIC e mais celeridade na tomada de decisões.
[5] Comentário enviado por nicolo em 29/04/2009 - 11:39h
O opensource é política de estado, mas perfunctória. Não há ação prática com efeito.
As universidades dedicam algo ao software livre, na média, mais hospedagem que outra coisa.
O ponto importante é a divulgação. Um linux didático como o kurumin é uma ação com efeito.
Garotos que estão aprendendo informática gostam de desfios.
No mais, o usuário que começou com windows é difícil de mudar. O comodismo faz parte da incultura nacional.
[6] Comentário enviado por removido em 06/05/2009 - 17:47h
Grande Morvan...parabens pelo artigo...
Trabalho no Sine/IDT e foi nos passado essa semana que a gradativa migração para a plataforma livre começou. Vamos
começar com o pacote BrOffice. É incrivel como as pessoas são resistentes às mudanças, nem ao mesmos começaram a utilizar o BrOffice e já o rotularam como genérico do MS-Office.
Eu, como único usuário conhecido do Linux (Debian) onde trabalho, tratei logo de 'evangelizar' meus colegas de trabalho,
tentando desdemonizar o pinguim e passar as noçoes básicas de Software Livre, mas mesmo assim, há muita resistência.
"No mais, o usuário que começou com windows é difícil de mudar. O comodismo faz parte da incultura nacional." ( nicolo )
Cada um que usa SL contribuindo na sua aréa de atuação e conhecimento, conseguiremos reverter essa caricatura que fizeram do LINUX.