Este artigo é um apanhado geral do que é software livre, os benefícios de quem o utiliza, as portas que podem se abrir e como isso pode ser refletido na nossa cidade, falando de desenvolvimento e educação.
É verdade que vivemos na "sociedade da informação", definida
formalmente como uma economia onde o aumento da produtividade não
depende mais do aumento do capital, dos recursos naturais industriais,
mas sim da aplicação de conhecimento e informação à gerência, para
produção e distribuição. Devido à importância do conhecimento nesta
nova organização, muitos autores de livros mundialmente conhecidos,
como Evi Nemeth (Manual Completo de Linux: Guia do
Administrador) preferem chamá-la de "sociedade da informação e do
conhecimento".
"Conhecimento" define a diferença deste novo tipo de economia, cuja
riqueza e bem-estar das economias anteriores foram baseadas na produção
de mercadoria material. Algum explicam este fenômeno como uma
conseqüência natural do tamanho considerável que alcançou a forma de
conhecimento, isso faz que a produção de mercadoria tradicional tem
importância relativamente menor.
Outros dizem que eles ocorrem porque é o primeiro tempo na história da
humanidade que o preço marginal da mercadoria bem valiosa -conhecimento
e produção artística- é essencialmente zero. O desaparecimento dos
preços de cópia e distribuição cria problemas muito importantes às
indústrias cujo negócio é baseado na distribuição do conhecimento,
incluiu os produtores de programas vendeu como se produtos de fossem de
consumo: o "software de proprietário". A internet em si nos proporciona
a possibilidade de adquirir conhecimento (benéfico ou maléfico) numa
velocidade espantosa. Apenas com poucos cliques podemos aprender desde
a configurar servidores até cozinhar uma panqueca ou fazer sexo
melhor...
Mas a crise que sofrem essas exposições de negócios na internet como um
todo, não podem ser um produto de consumo. A fonte de código desses
programas é um armazém ativo de conhecimento humano. Para melhorar esse fator, temos a biblioteca mais extensa e completa do mundo, que agrega
o acesso sem restrições: o Software Livre. Qualquer processamento de
dados, profissional ou amador, pode passar de usuário absolutamente
iniciante e funcional a um grau de conhecimento e perspicácia muito
alta, a ponto de apenas estudar a fonte do código dos programas livres
disponíveis.
[1] Comentário enviado por fabio em 21/10/2004 - 07:51h
Muito boas suas colocações Albert. Coincidência ou não, ontem participei de um debate sobre software livre onde foram colocadas exatamente as idéias desse artigo.
Enfim, estamos na era da informação, do conhecimento livre. As normas do software proprietário vão completamente contra o fluxo natural da evolução da humanidade. Analisando os benefícios que o software livre nos traz, tanto financeiramente quanto em termos intelectuais (o mais importante), não há quem possa negar que o caminho do software livre já esteja traçado e que esse é um caminho sem volta.
Com o conhecimento livre, os profissionais e estudantes de informática finalmente passaram a ter acesso à códigos de programação de alto-nível que em outras épocas ele só teria a oportunidade de estudar se trabalhasse numa grande empresa. Vivendo no mundo do SL o estudante passa a ter a oportunidade de se tornar um baita profissional antes mesmo de se formar numa universidade por exemplo.
No mundo do SL, o profissional passa a ter acesso a informações que antes provavelmente ele teria de desbravar para conseguir. No mundo do software proprietário a essência é reter a informação, se você é um bom profissional, tem um problema e não tem acesso à informação que vai lhe ajudar, com certeza após pesquisas e quebradas de cabeça você conseguirá "fabricá-la". Agora, se você tem o problema e passa ter acesso à informações vividas por outros profissionais, como é o que acontece no mundo do conhecimento livre, ninguém sairá prejudicado, você será beneficiado por ter poupado um bocado de tempo, quem disponibilizou a informação terá seu reconhecimento (se não tivesse o feito, você chegaria lá e ele não seria reconhecido) e, se colocarmos em largas proporções, a humanidade passa a se auto-desenvolver numa velocidade muito mais acentuada.
[2] Comentário enviado por icatorze em 21/10/2004 - 13:31h
Imaginem agora a humanidade, caso, em alguma época de sua história, uma grande empresa tivesse patenteado a roda, e a lei não deixasse que outros a usassem ou a aperfeçoassem!!
O conhecimento, e o uso e divulgação dele, jamais deverão ser deixados em alguma gaveta, pra o uso de alguns. A informática é um exemplo bem sucessedido desta quebra de grilhões. Mas para a humanidade realmente progredir, mais conhecimento deve ser compartilhado.