Usando Sistema de Arquivos BTRFS - Subvolumes, Snapshots e Compactação

Este artigo é um compilado de dicas sobre o uso do sistema de arquivos BTRFS em sistemas GNU/Linux. Está longe de ser um guia definitivo, ou mesmo descrever de forma simples (e em português) todas as funções deste excepcional sistema de arquivos. As dicas aqui contidas foram testadas no Arch Linux, mas podem ser facilmente adaptadas a outras distros.

[ Hits: 18.169 ]

Por: niquelnausea em 20/09/2019


Introdução



Linux: Usando o sistema de arquivos btrfs - subvolumes, snapshots e compactação
O sistema de arquivos BTRFS (B-Tree File System) foi desenvolvido para ser grande, rápido, prático e seguro. Começou a ser desenvolvido em 2007, foi introduzido ao kernel Linux em 2009 na versão 2.6.29 e desde 2014 foi marcado como "estável", tendo ainda alguns recursos novos implementados e outros planejados.

O salto evolutivo em relação ao ext4 foi bastante grande, já que o BTRFS introduziu novas possibilidades e tecnologias que atualmente existem apenas no ZFS ou no F2FS, porém o ZFS não é nativo do kernel Linux, e o F2FS é voltado exclusivamente para memórias nand, sendo então o BTRFS uma opção bastante óbvia.

Entre as várias características do BTRFS, destacam-se:
  • Capacidade de conversão de sistemas ext3/4 para BTRFS, com possibilidade de reversão;
  • Suporte a raid (algumas funções requerem atenção e cuidados especiais);
  • Suporte a desfragmentação automática;
  • Sistema de arquivos baseado no princípio de cópia em gravação (copy-on-write);
  • Subvolumes;
  • Imagem instantânea do sistema de arquivos (snapshot);
  • Compactação instantânea e com diferentes níveis de compressão;
  • Suporte a checksums em dados e metadados (ext4 possui apenas para metadados);
  • Detecção automática de SSF e suporte a Trim;
  • Ótimo desempenho em SSD e discos mecânicos, tanto para arquivos, grandes quanto pequenos; e com grande velocidade de leitura e escrita. Entre vários outros.

Daqui para frente, todos os comandos que tiverem na frente a cerquilha (# - também conhecido como Hashtag), significa que devem ser executados como root, ou sudo.

O comando para criação de partições em BTRFS, é:

# mkfs.btrfs /dev/sdXX

Onde "XX", se refere ao disco e partição.

O BTRFS já foi usado como sistema de arquivos recomendado pela Red Hat em seu sistema homônimo e ainda é usado como padrão nos sistemas SUSE Linux, além de ser suportado na maioria das distribuições. Várias empresas usam o BTRFS devido ao seu desempenho e grande variedade de ferramentas e recursos disponíveis.

Neste artigo, iremos falar um pouco sobre cópia em gravação (cow), subvolumes, imagem instantânea do sistema de arquivos (snapshot) e compactação. Usarei como base o Arch Linux, explicações e exemplos na maioria serão os disponíveis na WIKI do Arch e do próprio BTRFS.

    Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Definições / Compactação
   3. Teste com os Métodos de Compactação
Outros artigos deste autor

openSUSE Argon

openSUSE Tumbleweed Snapshots - A Melhor Forma de Controle de Atualizações e Quebras do Sistema

Leitura recomendada

Arquivos duplicados? fdupes neles!

CentOS e LVM

Configurando leitores ópticos e HDs

Linux no Pendrive: Definitivamente configurável e persistente

Submount - Solução de montagem automática de volumes em kernel 2.6

  
Comentários
[1] Comentário enviado por cizordj em 20/09/2019 - 11:38h

Parabéns pelo artigo, minhas mãos coçaram agora de vontade de instalar rsrs uma hora quando der vou formatar o meu Debian. Gostei mais do conceito cow do btrfs, é bem interessante mesmo para quem tem banco de dados e becape.


________________________________________________
O programador tem a mania de achar que tudo é objeto

[2] Comentário enviado por cytron em 21/09/2019 - 21:20h

Interessante esse brfs, o jeito é ver se dá pra rodar uma VM pra aprender mais sobre ele.

PLANTEC Soluções Sustentáveis

[3] Comentário enviado por niquelnausea em 21/09/2019 - 23:53h


Parabéns pelo artigo, minhas mãos coçaram agora de vontade de instalar rsrs uma hora quando der vou formatar o meu Debian. Gostei mais do conceito cow do btrfs, é bem interessante mesmo para quem tem banco de dados e becape.

enquanto pesquisava sobre o btrfs, alguns recursos eram comumente citados para bancos de dados, os mais falados eram a compactação (pelo ganho de espaço e/ou velocidade), snapshots (cópias e possibilidade de restauração de arquivos com sistema on line) e velocidade de escrita. alguns outros recursos eram também elogiados, mas como não uso com esse propósito, sugiro a pesquisa em páginas como da red hat e suse.

[4] Comentário enviado por cizordj em 07/10/2019 - 15:25h


[3] Comentário enviado por niquelnausea em 21/09/2019 - 23:53h
enquanto pesquisava sobre o btrfs, alguns recursos eram comumente citados para bancos de dados, os mais falados eram a compactação (pelo ganho de espaço e/ou velocidade), snapshots (cópias e possibilidade de restauração de arquivos com sistema on line) e velocidade de escrita. alguns outros recursos eram também elogiados, mas como não uso com esse propósito, sugiro a pesquisa em páginas como da red hat e suse.

Desde que li seu artigo eu tô usando agora o Debian Stretch no BTRFS e vou te falar que o desempenho está ótimo! Tenho dois HDs sendo um de notebook 500 GB para becape e a velocidade transferência entre os dois é muito alta, os filmes em 4k passam em poucos segundos. Quero ver ainda se consigo pôr a minha pasta /home no segundo HD para colocar todas as minhas músicas em ordem e aproveitar o recurso Copy-ON-Write, ou seja, tenho muita música repetida.


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts