Arnoold
(usa Solus)
Enviado em 07/11/2018 - 16:10h
Uma breve análise das principais...
Xfce - Achei a interface muito simples, não gostei do Thunar não ter implementado um sistema de busca e ter que depender de outros programas para executar tal função, é tal "modularidade". Tive problemas com o bluetooth. Os temas em grande maioria são ainda GTK2 e ficam bem feios, deixando o Xfce com uma cara bem old school. Tive muito problemas com envio de arquivos grandes para uma mídia externa, mesmo depois da barrinha ter sumido ao mostrar 100%, você removia a mídia externa e seus arquivos estavam corrompidos.
MATE - Não gostei do modo de edição do painel, muito limitado e os ícones ficam com um leve espaçamento e tamanhos diferentes. Não há uma coesão mesmo mudando o tema. Perdi todo modelo de interface ao utilizar o MATE tweaks, ele nem sequer se ofereceu pra salvar minha edição, assim perdendo tudo. As pastas ficam todas de forma irregular igual o Cinnamon.
Cinnamon - Achei muito poucos temas modernos pra essa interface, a maioria dos temas do GNOME bugam nele. O Nemo travou muitas vezes durante a pesquisa em arquivos grandes. Tive problemas também com as miniaturas não aparecendo. Não há coesão na área de trabalho, os ícones ficam mudando de lugar a cada novo reboot e também não obedecem a grade, semelhante ao MATE. A interface é bastante oldschool, mas foi uma das interfaces GTK+ que mais encontrei formas de customizar. Além dela, só o Xfce. O KDE ganha nesse quesito. As vezes o sistema dava umas leves engasgadas, principalmente com o navegador com várias abas abertas fazia todo sistema trava e ficar irresponsivo por vários segundos.
KDE - Achei muito complexo e inchado em funções, são tantas opções de customização que você facilmente se perde e depois não consegue mais achar onde modificou. Também tive problemas com a qualidade dos temas, procurando bastante percebi que 40% dos temas são forks do tema padrão Breeze. Ou forks dos antigos Oxygen e Air. 30% dos temas não são mais compatíveis ou atualizados, 10% são temas GTK adaptados ao QT e o resto pode ser chamado de "decente". A falta de temas flat, modernos deixou muito a desejar no KDE. O Kvantum só tem temas "glassy" e outros bem antigos. O KDE também deu muitas engasgadas, do nada travava a ponto de não consegui mover o mouse, mesmo com um uso de memória, CPU e GPU baixas. Vai entender. Ao tentar mudar os temas, as janelas ficavam piscando, alguns ícones nas configurações sumiam e voltavam. Outro problema é o fato de não ter como remover, desativar o clipper. Senti uma certa estabilidade nessa interface gráfica.
LXDE - Muito limitado em vários aspectos, em temas, em configurações, em aplicações. Achei uma interface bem crua. Parece que o foco principal é computadores antigos ou ruins. Não há nada de impressionante nela. A barra inferior é bem feia, e o menu nem tem uma aba de busca, é tudo meio Windows 98.
LXQt - Também é limitado em temas, configurações deixam mais a desejar que o próprio LXDE. Muitas aplicações obscuras em QT, bem mal feitas, diferente do que eu vi no KDE. Existe um campo de busca no menu, o que é bom. Achei o uso de CPU e RAM bem altos pra uma distro que se propõe em ser leve. Facilmente passa dos 400 MB.
DDE, também chamada erroneamente de Deepin - É bonita aos olhos, mas deixa a desejar em muita coisa. Não há forma de desativar o som das notificações pela interface, o que piora se você tiver logado em alguma conta, vai receber 2 notificações, 1 do app e outra da interface. Uma hora você fica doido com isso! Outro problema é que não achei complexidade nas configurações. Se você clica no campo de fora, acaba as fechando e tendo que clicar novamente nelas, no KDE ao menos tinha como deixá-las abertas, principalmente naquele campo de notificações, muito bem feito no KDE. Não sei pra que serve a pasta modelos se não funciona como deveria, como testei a distro Deepin, achei que veio muito lixo chinês pré-instalado, poderia ter uma versão para nós do "ocidente", sem contar que ao acessar o site oficial do Deepin, ele mostra tudo e chinês, o mesmo deveria detectar que meu IP é de fora da China e mostrar pelo menos o site em inglês. A interface também é bem simplista, não dá pra modificar quase nada do painel, apenas as opções que eles colocaram ali. Não é um painel moldável, tipo do Cinnamon e KDE, que podes adicionar applets e widgets. O uso da CPU é bem alto nesta interface, bem mais que a memória!
GNOME - Achei bem engessado, muito espaço mal aproveitado com a barra superior das janelas sendo enorme. Há também muitos coisa interligada o que faz qualquer modificação ser perigosa. Qualquer coisa que você remove, pode remover algo do sistema assim destruindo toda interface. Achei o uso de RAM e CPU muito altos! Outra coisa é que a área de trabalho não serve pra nada, não tem como usá-la, só serve pra um papel de parede, nada amigável. O Nautilus não tem praticamente nenhuma forma de modificação, em comparação com as outras interfaces deixou muito a desejar nesse sentido. Os temas GTK3 para o GNOME ficam ótimos, afinal, foram feitos sob medida com foco nele. Não gostei de qualquer modificação necessitar do uso de extensões e estas nem são criadas pelos devs do GNOME e sim por terceiros, o que pode deixar de funcionar a cada nova versão. Achei o sistema meio lento, mesmo num PC gamer, é notável certa lentidão ao abrir arquivos. Também tive o problema de ter arquivos corrompidos ao enviar para uma mídia externa, mesmo o sistema tendo avisado que já tinha passado 100% dos arquivos, aparentemente não.
Budgie - Muito semelhate ao GNOME, porém mais maleável e mais rápido também. O uso de RAM é bem aceitável, estando na média de 600 MB ao iniciar. Os applets seriam alternativas as extensões. Há no entanto o mesmo problema do GNOME, como compartilham libs, e também usam o Nautilus, a área de trabalho é inviabilizada. Só serve pro papel de parede... Minhas criticas ao Nautilus no GNOME também se encaixam no Budgie. Achei o menu bem simplista e a busca não é tão eficaz quanto no GNOME e KDE. Acredito que a usabilidade do Budgie é melhor no Ubuntu que no próprio Solus, onde a quantidade pacotes é limitada, não há nenhum suporte oficial a snaps e tem poucos applets acessíveis. A equipe do Ubuntu foi ótima em aprimorar os applets e criar novos visando o usuário final. Depois do GNOME, é a melhorzinha pra temas, como usa o nautilus e muita coisa do GNOME acaba que os temas ficam quase sempre muito bem. Só achei que faltou mais configurações, tal qual o GNOME, o Budgie deixa a desejar nesse quesito, usa o mesmo estilo de configurações do GNOME. Esperava mais dessa interface gráfica.
Problemas gerais que existem várias interfaces gráficas:
1. Percebi um fato irritante em todas as interfaces, exceto KDE e DDE que ao aumentar o tamanho de uma pasta, seja no desktop ou dentro de alguma pasta especifica do sistema, todas as outras ficavam do mesmo tamanho. Não existe forma clara de deixar cada pasta com os ícones de um tamanho e aparência específica. Só encontrei isso no KDE, DDE e Windows (que não é Linux) mas vale a pena salientar.
2. Outro fato negativo é que tive sérios problemas com screen tearing em praticamente todas (uso NVIDIA), eu digo todas as interfaces gráficas, exceto GNOME e DDE.
Não sei se sou muito exigente, mas não gostei de nenhuma das interfaces mais populares. Sempre tem algo nelas, na essência delas que me incomoda profundamente. As vezes tem tudo de bom, mas vem uma coisinha chata e estraga toda usabilidade. Seja um bug, uma função ou a falta dela. É triste... Em breve irei testar os WMs.