Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 26/04/2010 - 14:10h
No princípio as pessoas usavam o DOS (que dava bastante trabalho para instalar e operar, diga-se de passagem) e não reclamavam.
Depois passaram a usar o Windows 3.x que dava trabalho de instalar o DOS (6 disquetes) e MAIS o trabalho de instalar o Windows (13 disquetes). Tinha que bolar um "CONFIG SYS" e um "AUTOEXEC.BAT" bem redondinhos, para não dar bode. Para rodar programas em Clipper, tinha de lembrar de de configurar SET CLIPPER=nnnn de acordo com FILES=nnn senão dava erro. E ninguém reclamava.
Depois vieram os Windowses 9x que instalavam a si mesmo e ao DOS de forma quase transparente, porém ainda trabalhosa e demorada. O usuário tinha ainda o trabalho extra de instalar por conta própria todos os outros aplicativos de que necessitasse, e fazer um milhão de "tweakings". E ninguém reclamava.
Nessa época havia um tal de Linux que trabalhava em modo console (da mesma forma que o DOS). e tanto fazia se alguém se dedicasse ao DOS ou ao Linux, o trabalho era o mesmo, o grau de conhecimento necessario para instalar e/ou operar era semelhante.
Agora para instalar Linux, às vezes basta inserir um CD no "porta copos" (isso qualquer símio faz). O sistema se instala mediante umas poucas perguntas e uns poucos minutos. Completo, livre, legal, com tudo aquilo que alguém pode necessitar em um PC, com todas as dependências, SEM precisar o usuário ficar 'caçando figurinhas' na internet em busca de DLLs, OCX, VBX e outras firulas que ele não sabe que irá precisar, senão depois que o sistema avisa que está faltando isso, aquilo e aquilo outro (acontecimento considerado "normal" no Windows). Na maioria das vezes, a "banda larga" (apelido dado no Brasil às conexões ADSL) entra no ar sem mais delongas, sem precisar instalar drivers nem nada.
E estranhamente as pessoas reclamam do Linux SEM AO MENOS EXPERIMENTAR.
Que é que está ocorrendo? Será que baixou tanto assim o QI das pessoas?
Ou é o grau de comodismo que aumentou?
Ou é a vontade de falar mal gratuitamente mesmo?
Ou é a vontade incontrolável de reformatar o HD sem motivo?
Agora, justiça seja feita: Com todo o progresso atual, ainda existem distros que deixam algo a desejar, que dificultam um pouco, e usuários que "escondem o leite" com a única finalidade de fazer mistério, de buscar prestígio para si próprios, que não ajudam aos novatos (pelo contrário, ainda arranjam mais impecilhos e ainda escarnecem dos novatos como se eles tivessem a obrigação de nascer sabendo).
Tenho a honra de ter tido contato com GNU/Linux após os meus 60 anos de idade, honra essa maior ainda pelo fato de saber que não sou o único nem o mais idoso usuário de software livre, e que uso de bastante isenção para apontar virtudes e defeitos tanto no universo Linux quanto no universo Windows. E sou também fã do sistema da Apple, porém acompanho as novidades bem ao longe. Lá no Centro Cultural Brasil-Austrália os Apple ainda são os mesmos até hoje e não perderam nem um pouco de sua funcionalidade (o primeiro chegou em 1985 e já era usado). O Mike não abre mão dos Apple de jeito nenhum. O livro de seu famoso método SALF foi totalmente editado no velho Apple, assim como toda a parte multimídia de seus projetos musicais.
Seria importante se as pessoas atentassem melhor para o que afirmam. Hoje em dia existem muitos dificultadores tanto para Linux quanto para Windows: As motherboards estão vindo apenas com UMA ide, os micros estão vindo com HDs SATA, os "técnicos" tentam instalar versões "64bits" em micros de 32 (ou vice-versa), e depois de todo esse confronto a "culpa" tem sobrado para "o Linux".
Será que isso é justo?