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(usa Nenhuma)
Enviado em 07/03/2010 - 17:25h
Caro amigo Sam L. A detecção de casos como o que descreveu vai muito além da análise de dados. Uma obra pública de grande vulto envolve tantas variáveis, que seria muito difícil dizer que é ou não superfaturada, analisando apenas o item "custos", por exemplo. Neste caso, mesmo o menor preço pode ser o da empresa que corrompeu alguém para obter informações sobre preço dos demais concorrentes. Sacou?
E outra coisa que ocorre muito são as concorrências direcionadas. É assim: um determinado órgão público requer dos interessados uma série de requisitos para concorrerem em determinada obra. O caso é que, algumas vezes, só um determinado grupo empresarial pode atender esses requisitos, pois podem envolver recursos materiais que pequenas e médias empreiteiras não têm. Aí sobra só aquele que os corruptos querem, e eles vencem. Fácil essa, não?
Do outro lado há também os corruptores. Sou funcionário público e vejo esse tipo de gente diariamente. Eles são pessoas iguais a nós, donas de casa, profissionais liberais, trabalhadores comuns... Em troca de uma aceleração na liberação de um "habite-se" ou de um "alvará", oferecem dinheiro, tentando nos corromper. Há os piores que, se dizendo pobres, sem recursos, nos pedem, por exemplo, que façamos alterações no banco de dados para que eles não paguem IPTU. E pedem isso na faixa. Tipo, acreditam que se não oferecerem dinheiro, não terão culpa alguma por sonegar impostos.
Estes são apenas alguns exemplos de como é difícil acabar com a corrupção. Mais que softwares, o Brasil precisa é de leis mais duras e de mais educação. Esta última, visando conscientizar todo mundo, de que os prejuízos advindos desse crime são infinitamente maiores que qualquer benefício pessoal que se possa ter da sua prática.
Por fim, se eventualmente você vier a ser funcionário público um dia, que venha a juntar-se a nós, um pequeno grupo, que vê as coisas sob uma ótica mais moderna e correta.
Abraço!