Bem pessoal, tenho visto bastante dificuldade por parte dos recém chegados ao mundo GNU/Linux quando o assunto é MBR e sistemas de arquivos. Em vista disso eu resolvi mastigar bastante esse artigo e espero que ajude vocês que estão chegando agora a entender definitivamente o que é MBR e como funciona o sistema de arquivos do GNU/Linux.
Bem amigos, visto que já temos em mente as nossas limitações com respeito a quantidade de partições e a flexibilidade oferecida pelo GNU/Linux, estarei passando pra vocês alguns exemplos de particionamento.
Orientações gerais:
Mantenha o sistema ("/") simples, distribuindo porções maiores da árvore de diretório para outras partições. Um sistema de arquivos root simplificado é menos provável de se corromper.
Separe uma pequena partição ("/boot") abaixo do cilindro 1024 para kernels instalados que serão usados pelo carregador de boot do sistema (algumas BIOS não conseguem colocar o kernel na memória se ele estiver acima desse tamanho).
Separe o ("/var"). Certifique-se de que ele será grande o suficiente para conter os sues logs e o esquema de rotação deles.
Separe o ("/tmp"). O seu tamanho dependerá dos aplicativos que você utilizará. Ele deverá ser grande o suficiente para conter os arquivos temporários de todos os usuários simultaneamente.
Separe o ("/usr). Faça-o grande o suficiente para acomodar a criação do kernel. E ao torná-lo um diretório separado você poderá compartilhar através do NFS.
Separe o ("/home") para obter uma integridade maior dos dados dos usuário.
EXEMPLO 01:
DISCO RÍGIDO IDE 40 GB
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/ 5.0 GB Primária ext2
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/boot 300 MB Primária ext2
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swap 2 GB Primária ext2 *Geralmente o dobro da memória do PC
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/var 4 GB Lógica ext2
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/tmp 4 GB Lógica ext2
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/opt 4 GB Lógica ext2
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/home 16 GB Lógica ext2
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Obs.: A SWAP é equivalente a memória virtual do Windows, falarei especificamente sobre ela em um outro artigo.
Obs.: Esse poderia ser um esquema de partições para que o dual boot se tornasse viável. Mas o responsável por chamar o "loader" do Windows são os gerenciadores de boot, no caso do GNU/Linux temos o LILO e o GRUB. Por questões de flexibilidade e opções de gerenciamento, recomendo a utilização do GRUB como gerenciador de boot (falarei sobre sua instalação e configuração em um outro artigo).
Bem, chegamos ao fim do artigo. Espero ter esclarecido as dúvidas de vocês que estão migrando para o Linux recentemente. Tentei colocar aqui as dúvidas principais que tive quando comecei a usar o Linux. Apesar de ser administrador de sistemas Windows a 6 anos, desconhecia muitas facetas do computador que só vim conhecer estudando esse sistema maravilhoso! Espero que tenha ajudado. Até a próxima, forte abraço!
[1] Comentário enviado por lucianomarques1 em 22/03/2010 - 14:28h
Achei bem interessante o artigo, mas fiquei sem entender algumas coisas:
# Separe o ("/var"). Certifique-se de que ele será grande o suficiente para conter os sues logs e o esquema de rotação deles.
# Separe o ("/tmp"). O seu tamanho dependerá dos aplicativos que você utilizará. Ele deverá ser grande o suficiente para conter os arquivos temporários de todos os usuários simultaneamente.
# Separe o ("/var). Faça-o grande o suficiente para acomodar a criação do kernel. E ao torná-lo um diretório separado você poderá compartilhar através do NFS.
# Separe o ("/home") para obter uma integridade maior dos dados dos usuário.
Repare que você colocou duas vezes o /var, imagino que na parte da criação do kernel seja o /boot.
A partição /home, eu já trabalho com ela em separado há algum tempo, mas por que de separar o restante também ????
[7] Comentário enviado por nicolo em 23/03/2010 - 13:08h
Os dados colocados nas áreas mais a borda do disco , onde a velocidade tangencial é maior são lidos mais rapidamente que os dados colocados perto do eixo do giro,
assim as primeiras partições tem leitura mais rápida que as últimas.
A mecânica de inicialização é a partir da trilha zero, MBR que redireciona para a tabela de boot menu \boot.ini no windows e /boot/grub/menu.lst no grub 1.
No grub2 e diferente.
2-Os particionadores de disco escrevem no MBR, portanto seu uso deve ser cuidadoso, devido a alteração da tabela de partições e daí vai tudo pro espaço.
[9] Comentário enviado por lpabessa em 24/03/2010 - 10:09h
bem luciano.
Imagine a seguinte situação..... Um servidor de e-mail com um hd de 80 GB (apenas uma suposição).
1 motivo = separar o /var. Um servidor de e-mail gera GB's de logs ..... e se este ponto de montagem estiver junto ao seu "/" raiz e voçe nao tiver um controle sobre esses logs, seu hd nao terá mais inodos e espaço .... logo seu sistema ficará em somente leitura. Parando o servidor ....
isso pode se aplicar a desktop's tbm ... normalmente instalações linux duram bastante tempo, e normalmente não se da muita atenção a rotacionamento de logs (ex. syslog) o que pode ocasionar tbm uma parada de sistema.
2 motivo separar /tmp
imagine que vc tenha um gravador "blu-ray" que pode gravar ate 25 GB .... e bom vc ter um espaço especifico para fora do raiz do sistema para gerar os arquivos temporários criados por essa gravação.
3 motivo - o sistema "raiz (/)" separado dos outros pontos de montagem fica mais robusto e resistente a falhas se configurado corretamente .... logo voçe terá um sistema estável e seguro (se configurado corretamente)
[12] Comentário enviado por ValderramaHard em 02/05/2018 - 15:28h
Pode ser muita ingenuidade minha, mas por que as partições não podem ser menores que 16 bytes, para comportar mais partições primárias? ou então, ao criar só duas partições são duas de 32 bytes ou duas de 16, com espaço sobrando?