Como primeiro passo, focamos a comunicação.
Este assunto sempre foi visto como crucial. Quando
ela anda bem, todo o resto fica mais fácil.
Em uma primeira instância estávamos usando simplesmente
o sendmail, nada mais, para habilitar e iniciar o
uso do e-mail na empresa. Assim, acabou o grande volume de
papel que era manuseado e reduziu-se drasticamente o número
de informações perdidas pelas mesas em que foram deixadas,
às vezes, por engano.
Com o passar dos anos e mesmo com todas as orientações fornecidas
aos usuários, foi preciso acrescentar uma ferramenta de controle
de anexos. A primeira que usamos foi o Amavis e funcionou
muito bem. Hoje uso o MailScanner, que me concede um
dinamismo muito maior.
Hoje posso dizer quais os tipos de anexos serão rejeitados e quais
serão liberados para seguirem o caminho até o seu destinatário.
O que me incentivou a troca do Amavis para o MailScanner
foi bem óbvia: o Amavis gera um bloqueio global. Se eu acrescento um
tipo de extensão de arquivo na lista de proibidos, ele será rejeitado
para envio/recepção para todas as contas de e-mail habilitadas. Já o
MailScanner é bem mais versátil neste ponto. Ele permite criar regras
para cada usuário. Isto é muito útil.
Ainda neste assunto, o que mais tranqüilizou-me nos últimos tempos foi
configurar no servidor um antivírus adicional, além daquele que roda
nas estações. Fazendo isto, todos os anexos são verificados, antes mesmo
de serem validados pelo MailScanner, reduzindo assim drasticamente a
incidência de mensagens contaminadas nas estações; e o mais importante,
reduzindo também a necessidade de explicar o "como agir nestas horas"
para os mesmos usuários uma infinidade de vezes.
Também no MailScanner eu faço um controle de SPAM. Em um simples arquivo
eu identifico quais endereços, domínios ou mesmo IP's serão bloqueados.
Quando as mensagens chegam/saem, este filtro entra em ação.
Todas estas ferramentas, digamos de "filtragem", enviam mensagens de
ocorrência para o remetente, destinatário e o moderador do servidor. Muito
útil para registro de log.
No meio de todo este processo, também foi instalado um gerenciador parcial
que me permite monitorar o tráfego de mensagens, conta a conta. Não
monitoramos o conteúdo delas, por questões legais ainda conflitantes.
Monitoramos o que é permitido, ou seja, o mesmo que um carteiro pode ver: o
remetente, o destinatário, data e hora de envio/recebimento e o tamanho das
mensagens. A ferramenta que me informa isto é o Mailmgr.
Com estas informações em mãos, é fácil poder identificar pessoas que estão
usando displicentemente o serviço de correio, gerando gargalo ou sobrecarga
no link (diga-se, eu já peguei tanta gente mandando mensagem para todo mundo...
<desabafo seguido de suspiro> ... que ao questionar um usuário tempos
atrás, ele me disse na cara de pau que recebeu um arquivo.pps da vida bonitinho
e resolveu mandar para os amigos... mal percebeu ele que o tal arquivo.pps
tinha mais de 6MB e que ele havia mandando para 73 usuários... olha o gargalo
aí... por isto que também acrescentei este tipo de arquivo no MailScanner e
ponto final. Quero ver me convencerem de liberar!).
Abrindo um "à parte", o que a maioria pensa sobre SPAM tem que ser revisto.
SPAM é tudo aquilo que entope minha caixa-postal, a começar por aquele alerta
do vírus "I Love YOU" que chega para mim pelo menos umas 20 vezes por dia e
aquele pedido para ajudar aquela criança no hospital do câncer, que receberá
US$ 1,00 por cada e-mail enviado. E aquele .pps chato que todos os seus amigos
enviam no mesmo momento? Um porre que só serve para congestionar a rede.
Sugiro um procedimento básico, nunca encaminhem tais mensagens... este sim é
um bom conselho.
Voltando ao assunto, recentemente também iniciei um projeto com a empresa que
me presta consultoria, diga-se, a mesma desde o início da implantação, para
montar uma nova ferramenta que já nos primeiros testes tem se mostrado muito
promissora. Estamos ajustando ela ainda, pois encontra-se um pouco instável.
Esta nova ferramenta me permitirá identificar quais contas têm a permissão
de "conversarem com o mundo". Exemplifico:
Caso1: se eu disser que a conta usu1@meudomínio.com.br pode conversar somente
com com a conta usu@AA.com.br, o usu1 não poderá receber ou enviar mensagens
para nenhum outro endereço. Nem dos colegas no @meudomínio.com.br.
Caso2: se eu disser que a conta usu1@meudomínio.com.br pode conversar somente
com com a conta usu@AA.com.br e com o domínio @BB.com.br, o usu1 só poderá
manter comunicações com o usu@AA.com.br e com qualquer usuário do domínio
@BB.com.br.
Caso3: este é o supra-sumo e origem da criação deste script! Se eu disser que
a conta usu1@meudomínio.com.br pode conversar somente com com o
@meudomínio.com.br, o usu1 terá seu e-mail única e exclusivamente para
comunicação interna. Acabou SPAM, acabou possibilidade de contaminação por vírus
ou cavalos de tróia, acabou aquela porcariada de enviar tudo o que recebe para
todo mundo...
Um pouco rígido? Concordo, mas como diz o velho ditado: não adianta investir
US$ 1.000.000.000.000 em segurança, pois se o fator que fica entre o teclado
e a cadeira não se comprometer, todo o sistema fica comprometido.
Razoável não?