Estava eu andando sossegadamente pela calçada da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, quando avistei três cidadãos oferecendo drogas abertamente.

Para cada pessoa que passava os três ofereciam "Windows XP", "Windows Vista" e outras drogas semelhantes.

Nunca gostei de drogas. Para quê uma coisa ilegal e tão problemática, se você pode curtir o seu barato com uma garrafinha de whisky completamente legal? Se a grana não dá para o Scotch, tem uns paraguaios bons, que geram até dor de cabeça falsificada.

O fato é que, por mera curiosidade, aproximei-me dos "traficantes de Windows" e perguntei se eles tinham algum CD do Linux. E não é que tinham!

Perguntaram-me que Linux eu queria, demonstrando conhecimento do fato de que existem várias distribuições diferentes.

Animado com o conhecimento deles, expliquei que eu coleciono distribuições Linux (o que é verdade!) e que, dependendo do que eles tivessem, eu até poderia comprar vários. Aí foram eles que ficaram animados e começaram a dizer o que tinham. Infelizmente para eles, eu já tinha quase tudo que eles tinham para oferecer. Minha coleção já está bem grandinha, felizmente.

Quando a lista ia pela metade eles notaram que um guarda se aproximava. Chamaram-me então para um canto afastado, longe do guarda, como se eles estivessem fazendo algo ilegal ao vender-me um CD com o Linux. É assim que eles procedem quando estão vendendo CDs do Windows ilegalmente.

Procurei explicar aos três que vender CDs com o Linux é perfeitamente legal. Que não há qualquer obstáculo nisso e ninguém pode ser preso por vender Software Livre. Mas a mentalidade deles, já deformada pelo tráfico de produtos da Microsoft, não conseguia captar a mensagem de liberdade que eu trazia, de forma que os três ficaram ainda desconfiados e continuaram observando o guarda com o canto do olho, enquanto acabavam de dizer que distribuições eles tinham.

Finalmente decidi levar uma distribuição, e foi aí que tomei conhecimento que o "Linux Tinha Chapeú".