Neste artigo não procuraremos tratar do software, cuja obsolescência tem sido muito mais precoce que deveria ser, mas apenas dos aspectos inerentes ao impacto do lixo tecnológico decorrente da deposição de hardware junto à mãe natureza.
Muitas empresas ainda trabalham sob o regime de obsolescência programada (no início de sua fabricação, um IBM PC deveria durar não menos e não mais que 8 anos).
No Brasil, grande parte da população ainda não foi despertada para a consciência da necessidade da preservação ambiental.
No momento atual, preservar o que ainda nos resta é o mínimo que podemos fazer individualmente para uma causa comum e global.
Preservar não significa ESPERAR até que uma determinada situação se torne insustentável e somente então procurar soluções emergenciais; preservar significa AGIR PREEMPTIVAMENTE para que sejamos senhores da situação, e que os danos ambientais possam retornar a algo mais próximo do ZERO quanto possível.
Baterias, pilhas, cartuchos de toner, lâmpadas fluorescentes, tubos de raios catódicos (CRT) e outros consumíveis que contenham produtos químicos devem ser retornados preferencialmente às suas origens, ou seja, às indústrias que as produziram.
Antes que o lixo se torne lixo
Falta-nos o costume de selecionar nosso lixo ANTES de se tornar lixo (no Japão, por exemplo, as pessoas costumam classificar o lixo doméstico antes de descartá-lo, e assim fica vidro com vidro, plástico com plástico, papel com papel etc).
Há uma certa dificuldade idiomática para nós diferenciarmos os conceitos de "lixo", "refugos", "dejetos" etc. No idioma Inglês, que consideramos erradamente como contendo uma sinonimia pobre, existem palavras bem específicas para tratar desse assunto:
- "Trash" é o termo genérico associado ao conceito de "lixo";
- "Scrap" é sucata, portanto "metal scrap" é "sucata de metal", "plastic scrap" é ;"sucata de plástico" etc.
- "Waste" é o lixo formado por desperdícios em geral, ou resíduos;
- "Garbage" refere-se ao lixo grosseiro, não tratado nem classificado;
- "Manure" é o lixo líquido, o chorume;
- "Junk" também é lixo, são os restos de peças, como ferro e metais usados e considerados inservíveis (daí os ferros-velhos serem chamados de "junk yards"). São "tralhas".
Até a forma de ver o lixo é razoavelmente diferente, de um povo para outro.
Por outro lado, o termo "disposable" ("descartável") nos induz a erros gravíssimos no momento em que utilizamos produtos não degradáveis sob esse título. Essa definição é em si enganosa e nos induz ao erro. O maior exemplo disso são os copos, pratos, talheres e garrafas de plástico, tão práticos e comuns em nossas festinhas.
É importante frisar que no exato momento em que nos utilizamos desses produtos, nos esquecemos totalmente da necessidade de preservar o meio ambiente. Afinal, aquele nosso simples copinho de café poderá estar contribuindo para a poluição global por um período nada menor que 100 anos...
Aqui no Rio de Janeiro, uma coisa que contribui bastante para a poluição de nossas praias são as TONELADAS de cocos largados sobre a areia diariamente (dados da Comlurb). No calor das praias cariocas, consome-se a água do coco-da-bahia, deixando-se milhares de carcaças diariamente sobre a areia. Bem, a Comlurb as recolhe pontualmente, porém nesse mesmo período poderia estar fazendo outras coisas.