Usando o Linux como um studio de gravação (parte 1)

Neste artigo, que será o primeiro da série (espero que sejam apenas 2 partes), faço uma recapitulação da história da evolução musical, que vem desde o primeiro fonógrafo, criado por Thomas Edson, passa pelos discos de vinil e chega ao CD.

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Por: hermes nunes pereira junior em 12/12/2006


Evolução, evolução e evolução. Nos tempos do Vinil



Os discos de vinil surgiram por volta de 1948, tornando obsoletos os primeiros discos de goma-laca, que eram de 78 Rotações por Minuto, RPM - opa, não confunda RPM - Rotações por Minuto, com RPM - Revoluções por Minuto, banda da década de 80 que fez um trocadilho com a sigla.

Os discos de Vinil tinham várias qualidades em relação a geração anterior, os discos de goma-laca.

1) Eram mais duráveis - não se quebravam facilmente;

2) Tinham um tempo de execução maior - Enquanto um disco de goma-laca tinha uma "autonomia" de 4 minutos por lado, o disco de vinil tinha por volta de 20 minutos.

Dentro dos discos de Vinil temos 4 subdivisões:

1) LP: abreviatura do inglês Long Play. Rodava a 33 1/3 RPM, tinha um diâmetro de 31 cm e sua capacidade era de mais ou menos 20 minutos. O tempo de execução dependia do tipo de música. Se a música era mais grave, os sulcos eram mais profundos, o que significava um sulco mais largo, ocupando mais espaço. Ganhava-se em "peso", mas perdia-se em tempo.

2) EP: abreviatura do inglês Extended Play. Seu diâmetro era de 17 cm, sua rotação era de 45 RPM e sua capacidade era de 8 minutos por lado.

3) Single: abreviatura do inglês Single Play; também conhecido como compacto simples. Este formato me lembra o primeiro compacto da BLITZ, de Evandro Mesquita. Só tinha uma música, se não me engano era "Você não soube me amar". Tinha um diâmetro de 17 cm , rodava a 45 RPM e tinha o tempo de execução de 4 minutos por lado.

4) Máxi: abreviatura do inglês Maxi Single. Tinha 31 cm de diâmetro, rodava a 45 RPM e tinha uma capacidade reprodutiva de 12 minutos por lado.

O fim da era analógica


No fim da década de 80 e início da década de 90 surgiu outra evolução na forma de se armazenar os sons. Na verdade foi uma quebra de paradigmas: do Analógico para o Digital.

Com o surgimento do Compact Disc, ou simplesmente CD, abriu-se um novo mundo de possibilidades, talvez da mesma maneira que a invenção de Thomas Edison tenha aberto quando foi apresentado.

O CD ofereceu uma qualidade maior dos sons gravados, pois ao invés de se gravar o ruído por meio de agulhas, todo o processo passou a ser digital, bits davam o tom, timbre e intensidade do instrumento ou voz gravada.

Outro fator interessante foi a maior facilidade de armazenamento. O CD tem um diâmetro bem menor que um LP.

Um terceiro fator realmente importante é a vida útil. Enquanto um LP tinha que ser guardado com bastante cuidado por causa de arranhões, empenos por causa do calor, o CD não sofre tanto com isto, mesmo que seja importante ter cuidado no armazenamento dele.

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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Evolução, evolução e evolução. Nos tempos do Vinil
   3. Conclusões da era analógica - Início da era Digital
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Comentários
[1] Comentário enviado por rafaelcosta1984 em 12/12/2006 - 15:51h

quando vai sair a parte 2 do artigo ? vai explicar como posso criar um studio de gravação no linux ?

[2] Comentário enviado por marcrock em 12/12/2006 - 18:03h

Parabéns pelo artigo!!!

Na segunda parte você poderia analizar alguma ferramenta de gravação e edição de áudio no GNU/LINUX!!!!!!

[3] Comentário enviado por r@quel camargos em 12/12/2006 - 20:27h

nossa!! parabens, amei o artigo, como disse voce o tempo não para, e
quando nos damos conta vimos o tanto que evoluiu e nos nem nos damos conta!! manda ve o proximo artigo !! tomara que ele seje tão interessante quanto este... ja te dei nota 10!!!

[4] Comentário enviado por kram3r em 12/12/2006 - 21:15h

rafaelcosta1984 e marcrock,
caras se vcs querem mesmo criar um estúdio de gravação em linux, da uma olhada no site do estudiolivre http://www.estudiolivre.org lá existe diversas informações sobre softwares multimidia em softwares livre em especial linux.
Abraços e qq coisa entra em contato (kram3r em gmail com)

[5] Comentário enviado por freakcode em 12/12/2006 - 22:41h

Ele não analisou porque simplesmente há poucos (e ruins) programas para áudio no GNU/Linux.

O melhor disparado é o Audacity, mas ele é apenas editor wave, e não gravador multipista.

Tem o ardour também, entre outros, mas esses, além de antigos, não funcionam direito.

É uma grande carência aqui no Linux. Também faltam programas bons de edição de vídeo.

[6] Comentário enviado por hnpjunior em 13/12/2006 - 07:53h

No segundo artigo vou analizar o áudio digital, formas de compressão.

Os softwares de edição serão analizados no terceiro artigo. O Audacity é bom, mas tem algumas limitações, o ardour é bom também, o protux talvez seja o mais completo, mas a gente vai discutir isso com detalhes, certo?

[7] Comentário enviado por msousafaria em 13/12/2006 - 15:57h

poxa!!! ótimo artigo... escreve mto....
parabéns pra vc pelo artigo....
entendido de música o minino heim!? além de Linux.....
PARABÉNS mesmo....

[8] Comentário enviado por Quinn Laus em 14/12/2006 - 10:42h

Olha, meu rapaz...
Sou um ano mais velho que você, e você pode conhecer bem sobre música; eu também conheço e trabalhei durante 18 anos da minha vida com eletrônica na área de áudio. O que quero dizer é que no seu comentário existem alguns meros erros: A primeira gravação foi feita sim por Thomas Edson, o fonógrafo, só que ele era um cilindro de ESTANHO que foi gravado por sulcos e então reproduzia o som ao ser girado através de uma agulha levemente pressionada sobre esse sulcos e não um cilindro recobetro por alumínio. E não é ele que reproduzia o som, e sim o diafragma que por sua vês recebia as vibrações desde a agulha.
Você fala que em 1887, um alemão criou o gramofone. Tá certo que os alemães sempre foram muito inteligentes. Mas naquela época não existia o plástico!!! E muito menos o alto falante!!! Você deveria ter dito CONE. Pô meu rapaz!!! Desse jeito vou te levar para o programa do Jô Soares 11:30.
Espero que nos próximos comentários você pesquise mais, antes OK?


[9] Comentário enviado por hsilva em 14/12/2006 - 20:47h

Excelente ... estou desejoso pela 2a parte :D

[10] Comentário enviado por Century_Child em 15/12/2006 - 03:16h

Eu já brinquei com isso, consegui gravar umas MIDI's com JACK + Rosegarden + ZynAddSubFX. Mas não fui muito longe, porque meu som é onboard e BEM fraquinho.

[11] Comentário enviado por Czuber em 15/12/2006 - 17:20h

Existe uma distribuição baseada no Debian voltada para a produção de áudio que usa bastante coisa boa:

http://www.agnula.org/

Ela utiliza uma API - ECASound, que pelo que eu andei estudando parecia bem completa, inclusive suporta faixas ilimitadas...

O problema do ECASound é que o único frontend desenvolvido pra ele foi feito em TCL/TK - o TkECA... Ou seja, tem uma interface bem simples, mas eu garanto, funciona... (Acabei de achar um frontend em Gtk+, o VISECAS http://visecas.sourceforge.net/ , parece legal) Muitos dos que eu usei tive dor de cabeça e o resultado não foi muito bom!

Outro projeto que se lembrarmos do PROTOOLS, ferramenta profissional de primeira linha, pelo menos o nome tem a ver, é o PROTUX. Ele usa o Mustux e o JMB na usabilidade, "uma API interessante que junta uso do Teclado + Mouse" - só não me pergunte. O problema é que nunca consegui usar pq sempre deu pau, mas um dia funcionou e o projeto parece legal o autor é um brasileiro e agora passaram ele pra Java, interessante... O link é:

http://protux.sourceforge.net/

Só que o site parece meio abandonado, sei lá...

É isso, espero ter contribuído!
[]s
André

[12] Comentário enviado por EdDeAlmeida em 17/12/2006 - 16:05h

Beleza! É assim que se começa, mostrando as raízes da coisa toda.

[13] Comentário enviado por Teixeira em 23/12/2006 - 20:30h

Já trabalhei em/com estúdio lá pelos anos 50 a 70. Havia o fio magnético (era uma espécie de arame que arrebentava muito) que antecedeu a fita plástica magnética. No princípio tudo é realmente muito difícil, até mesmo escrever um artigo sobre um assunto desses. Ficam aqui meus parabéns e meu incentivo para que o amigo continue, apesar de alguma possível incorreção. Afinal, não é propriamente a teoria dos primórdios que nos interessa, mas que esta seja seja bem dosada com os assuntos práticos. O Cilindro de Edson poderia ser de zinco, cobre, latão, alumínio, etc., que o resultado não seria diferente. O principio de funcionamento é que as vibrações recebidas pela agulha eram amplificadas mecanicamente em um cone de metal (assim como um megafone-de-camelô). Agulha e cone faziam parte de um mesmo dispositivo, embora houvesse uma articulação que permitia levar a agulha até o cilindro gravado. Acho que isso é o suficiente para matar as curiosidades e centrar o assunto. Aguardo a continuação.
[]'s Teixeira

[14] Comentário enviado por Teixeira em 23/12/2006 - 20:55h

Desculpe meter a colher outra vez. Havia também os tais discos de 78 RPM prensados em um material à base de cera de carnaúba e também feitos de baquelite. Na prática, quanto maior a velocidade de rotação, "melhor" era a qualidade do som. Os sons graves não afundavam os sulcos, mas os tornavam largos (ou amplos) a ponto de querer invadir os sulcos vizinhos. Assim, como as matrizes primárias eram gravadas em tornos verticais, pasou a ser empregada a técnica do "passo variável". Com isso, um sensor colocado em conjunto com a cabeça de gravação (que gravava com um retardo de frações de segundo) "avisava" que um som forte ou grave viria a seguir, e isso fazia com que o motor que controlava o passo acelerasse um pouco, a fim de afastar os sulcos de forma que não houvesse invasão.
Com isso quero dizer que havia dois motores: Um de rotação constante e outro que podia ser acelerado em momentos oportunos e que controlava o passo.
A propósito, os discos velhos pulavam exatamente porque o material da superficie se arranhava ou rompia e a agulha voltava pelo sulco por onde já havia passado anteriormente.
Com o conceito de "alta-fidelidade" foi introduzido o conceito de gravar com amplificadores mais estáveis e muito mais potentes, sobre um filme de acetato sobre base de alumínio, onde os sulcos podiam ser gravados sem a tremenda resistência mecânica que os demais materiais exerciam.
Esses tais acetatos, como eram chamados, não chegavam às nossas casas. Eram apenas matrizes para galvanoplastia, para que fossem feitas as formas de níquel que passariam a prensar nossos discos de vinil.
Antes da alta-fidelidade o som de moedas caindo ao chão era apenas um suceder de "toc-tocs".
"Plim-plim", nem pensar!!!
[]'s Teixeira



[15] Comentário enviado por dastyler em 17/06/2009 - 09:07h

Otimo artigo...e no linux gostaria de citar tbm a excelente suite PlanetCCRMA, que traz diversoso softwares voltados a produção musical. Só que esta disponivel apenas para o Fedora.
Eu utilizo Hydrogen, Rosegarden4, e digo que são softwares muito interessantes de se trabalhar com audio.


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