W.I.N.E is not emulator

Tenho lido certas discussões sobre vírus no wine e outras dúvidas. Esse breve artigo explicar certas características conceituais do wine e ajuda a entender o seu poder e suas limitações.

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Por: Edwal F. Paiva Filho em 04/07/2008


O que é o wine



Mesmo em sites especializados, encontra-se referências ao Wine como um emulador ou posicionado na categoria de emuladores.

Há quem defina emuladores como simuladores de hardware através de um software. Para fazer esse trabalho os emuladores se tornam lentos, dependendo da complexidade do hardware simulado e da capacidade do hardware real.

Nos repositórios do Linux há muitos programas que emulam máquinas de vídeo game, algumas bem saudosas.

Nesta mesma linha define-se um virtualizador, um ambiente virtual como os programas que permitem um ambiente dentro de outro. Nesta definição o vmware-player e o virtualbox seriam virtualizadores, mas são comumente chamados de emuladores.

Contudo, a perfeição acadêmica não é o que consta no popular. Para não confundir nem magoar, vamos chamar o vmware-player e o virtualbox de máquinas virtuais.

Os virtualizadores avançados reservam áreas de memória e acesso seletivo a dispositivos, facilitando a vida dos usuários. O driver de vídeo, por exemplo, não tem jeito. O Linux já está acessando e não pode permitir acesso direto do driver de vídeo do Windows.

Ainda que o wine, em muitos ou na maioria dos casos, se comporte como máquina virtual, ele não é um emulador, nem na prática nem no rigor conceitual. W.I.N.E é uma sigla como W... Is Not Emulator.

As máquinas virtuais permitem um sistema operacional rodar "ao lado" de outro no mesmo boot, ainda que de maneira restrita, ou com algumas restrições de acesso.

Na máquina virtual está instalado o sistema convidado "guest" por inteiro, com sua estrutura, seus programas e alguns de seus drivers. Por exemplo, tenho um scanner que não tem driver para Linux, então instalo o vmware-player e o Windows dentro do vmware-player. Tenho uma máquina virtual.

Neste caso o Windows está rodando numa máquina que não existe. Em termos simples isso é um virtualizador também chamado de "emulador" (certo ou errado é assim que encontramos na internet).

Os virtualizadores permitem utilizar alguns drivers do sistema convidado, e outros do sistema hospedeiro. Na prática dois drivers não podem acessar o mesmo dispositivo simultaneamente.

Você pode montar um pendrive no Windows dentro da máquina virtual e no Linux, mas num de cada vez.

O wine não é emulador, nem máquina virtual. Sua base é a biblioteca winelib que converte, ou interpreta (interpreta é ótimo), ou carrega o código win32 na memória, e o Linux roda o código win32 como nativo.

Quando instala-se ou roda-se um programa em wine, só existe o "conversor" e o Linux. Não há Windows nenhum, pelo menos não há o sistema operacional Windows.

Obviamente os programas codificados em win32 precisam de todo o suporte de bibliotecas e outros suportes para poder funcionar. O wine provê esse suporte para a maioria dos casos. Grande parte desse suporte são APIs Win32.

Note que nem todo programa win32 funciona em wine porque o wine não provê todo e qualquer suporte que o Windows provê para win32. Os tais OLE (Object Link and Embedment) não funcionam bem no wine.

Outra limitação severa são os drivers. Uma vez carregado o código na memória, "convertido" ou interpretado para código nativo *Nix, tudo que o programa enxerga é o próprio Linux com seus drivers e com seus recursos.

Em suma a disponibilidade de hardware, e conexões com o hardware, é a mesma do Linux (melhor dizer GNU/Linux).

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Páginas do artigo
   1. O que é o wine
   2. Estrutura prática do Wine
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Comentários
[1] Comentário enviado por DanielGimenes em 04/07/2008 - 13:51h

Parabéns! Artigo muito bem escrito!

Não sabia (ou não tinha pensado) sobre vírus no Wine. É essa uma ameaça real?

Gostaria de reforçar ao pessoal que sim, existem programas que rodam mais rápido no wine do que no Windows.

Acredito que isso seja possível porque o acesso aos drivers, métodos de I/O em geral, etc são mais consistentes no linux. Não tem aquela meleca que é no Windows.

[2] Comentário enviado por Tulio Hoffimann em 05/07/2008 - 00:10h

Edwal,
Parabéns cara... ficou show de bola o artigo!

Deu pra esclarecer diversas duvidas que eu tinha sobre o wine, fico aguardando por mais artigos :D

Abraço.

[3] Comentário enviado por Ragen em 05/07/2008 - 11:31h

O Kiko tá comendo a sua mãe.

Tem sempre uns bestas que não ajudam em nada e ainda vem tirar onda. Quer ser o bonitão, posta alguma coisa de útil ai zé mané.

Isso daqui não é fórum onde você posta pra ganhar "estrelinhas" não seu lixo.

[4] Comentário enviado por proberio em 06/07/2008 - 09:08h

Muito bom seu artigo, bem vou me precaver no caso dos virus!

[5] Comentário enviado por removido em 06/07/2008 - 13:42h

O seu artigo é ótimo para quem pretende utilizar aquele programa ainda em windows. Que tal falar mais sobre o assunto da configuracão? Abraco fraternal.

[6] Comentário enviado por ruhanbidart em 07/07/2008 - 09:19h

Muito bom o seu artigo, bem escrito e conciso. Me tirou algumas duvidas sobre a estrutura do WINE que vinham sendo matutadas em minha cabeca ha tempos.
Meus parabens.

[7] Comentário enviado por darkjeff em 07/07/2008 - 09:29h

Realmente um ótimo artigo. Parabéns nicolo, aguardo artigo de como configurar.
Uma dúvida: Não sei se é por causa da minha máquina ou por erro de configuração, mas o Fireworks ( Versão MX ) não roda tão bem quanto roda no Windows. Teria alguma dica ou sugestão de como configura-lo ?

Grato.
darkjeff
^^

[8] Comentário enviado por nicolo em 09/07/2008 - 15:31h

Pensei em escrever um artigo sobre a configuração do W.I.N.E, mas já existem dois artigos específicos sobre o assunto no VOL. Voltarei a ler esses artigos e verificar se há algo que possa ser acrescentado.
Grato pela leitura.
Edwal (nicolo)

[9] Comentário enviado por rogerio_gentil em 17/12/2009 - 13:31h

Muito interessante este artigo. Acabei de formatar meu note para finalmente extinguir o velho e bom XP e colocar um GNU/Linux. Como o Ubuntu é a sensação do momento me senti na obrigação de dominá-lo como desktop. Depois disso instalei o Wine e fiquei imaginando se havia uma possibilidade de infecção por softwares maliciosos. Este artigo me ajudou a entender melhor como funciona o Wine.
Valeu!


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