cwagner
(usa Ubuntu)
Enviado em 05/04/2010 - 02:42h
Razões Históricas: leia alguns livros e assista ao filme "Pirates of Sillicon Valley" e entenda por que a M$ tornou-se o que é hoje.
Razões Ideológicas: O Linux não tem a intenção de NADA, ele é apenas um programa feito por diversas pessoas e empresas, isso mesmo empresas como IBM, Dell, HP, Intel, AMD, etc... e cada uma dessas empresas coloca um pouquinho de seus interesses no S.O., mas ainda hoje o Sr. Torvalds "manda" na criança. Ele e outros determinam os passos que o programa irá tomar, e pasmem: O Linux não determina a aparência das distribuições isso fica a cargo das distribuições, empresas ou grupos de usuários e desenvolvedores que empacotam o Linux e outros programas livres ou não para atenderem a seus objetivos. Cada qual com um enfoque, ferramentas, interface e suporte a hardware diferentes. Enquanto o Windows tem uma interface gráfica uniforme, mas que muda muito em alguns casos, vejam as diferenças entre as três últimas versões do Windows e as três últimas do GNOME, por exemplo.
Essa "falta" de padronização das distros deixa a "coisa" muito dispersa. Você tem distros para servidores, para usuários finais, para programadores, para segurança, etc... ou seja, vários "Linux" diferentes que a princípio confundem e amedrontam os usuários novatos.
Acho que um dos maiores problemas para a aceitação do Linux pelo "grande público" é justamente o seu maior trunfo: a liberdade. Tomem como exemplo as doutrinas de aprendizagem. Elas não são lá muito amigáveis ou livres, mas bem aceitas pela grande maioria da população. Se você prestar muita atenção numa sala de aula verá que os alunos não têm muito direito no processo: O professor fala o que tem que falar e os alunos escutam tentando aprender a ementa. E é uma metodologia que tem funcionado há tempose e que os pais conhecem pois foram educados dessa forma também. E ainda não estamos prontos para uma liberdade de aprendizagem, e isso vale para alunos de escolas, de cursinhos, de universidades, mas vez ou outra, alguém se vê incomodado com isso tudo e começa a buscar outros conhecimentos que não aqueles que lhes são apresentados nas salas de aula, e nos dias de hoje a Internet tem se mostrado um grande aliado desses "incomodados e teimosos inconformados". Justo ela, a grande rede que serve de estrutura para a manutenção e desenvolvimento do Linux; ela mesma é feita, em sua grande parte de padrões e protocolos abertos, geralmente implementados através de programas livres, mas isso pouco importa a quem não se interessa por questionar, aprender ou vivenciar outras realidades, visto que seus interesses são apenas aproveitar os serviços disponibilizados.
Razões Econômicas: A MS usou a pirataria (ou melhor, a cópia não legalizada) para popularização de seus produtos, bem como suas ferramentas de desenvolvimento, em alguns casos disponibilizando gratuitamente seus compiladores e linguagens de programação, ao contrário da IBM, que há muito tempo tinha o mesmo papel da MS atualmente fazia questão de dificultar, cobrando bem caro por suas ferramentas.
Dessa forma era fácil encontrar programas MS nas casas de usuários finais, dentre os quais encontravam-se proprietários e sócios de pequenas e médias empresas, o principal foco da MS por muito tempo. Assim foi fácil "educar" formadores de opinião que colocariam ferramentas MS em seus negócios.
Hoje a MS diz querer combater a pirataria, algo difícil, pois para cada trava que ela inventa a mesma é quebrada em menos de 24 horas por hackers que ela mesma ajudou a formar.
Questões Humanas: Vaidade. Muitos adoram a sensação de poder dizer que "têm" a última versão do programa mais utilizado ou mais caro que existe. Quantos de nós não conhecemos alguém com a última versão do Windows, MS Office, PhotoShop, CorelDraw, AutoCAD, etc mesmo sem saber usar um décimo dos recursos desses programas, ou pelo menos ter pago por esses programas?
Os programas mencionados no parágrafo acima são "best sellers", ou melhor "best copiers", que ajudaram mais ainda a popularização do Windows nas empresas e consequentemente nas casa de usuários finais ou especialistas. E a falta deles em outras plataformas pode definir o "fracasso" destas. Aliado à falta de "bons" programas, a falta de suporte aos mais novos e interessantes periféricos também ajuda a diminuir o interesse por uma determinada plataforma, e isso têm sido causa de diversas acusações e especulações em cima do relacionamento da MS e fabricantes de hardware. Afinal de contas sempre é muito bom que aquele "trequinho" seja devidamente reconhecido e prontamente utilizável no seu S.O. de preferência e que coincidência que alguns só sejam suportados pelos S.O.s proprietários.
Muitos usuários também prezam por estarem presos a uma marca famosa a estarem associados um grupo de nerds devoradores de pizza com Coca-Cola, vide os compradores de produtos Apple, com seu design arrojado e cool. Todos os seus produtos de certa forma já foram feitos ou fabricados por outros, mas o fato de serem produzidos pela empresa do Sr, Jobs dá uma enorme satisfação pessoal aos usuários/compradores.
O Linux tem muito méritos e qualidades, mas a maior delas é ser livre e essa característica permite que até mesmo a MS possa fazer uso dele para produzir um S.O. muito melhor que os existentes atualmente. Mas a principal questão é: Será que um dia ela ou outra empresa fará isso? Duvido muito.
Enquanto isso fico feliz em saber que em determinado ponto todos usam Linux e outros programas livres, seja por meio de um servidor de web Apache, seja por meio de um caixa eletrônico da CEF ou BB, um PDV das casa Bahia, Carrefour e outros.