Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 09/10/2011 - 00:02h
Jobs sempre teve o dom de vender "gelo para esquimó" e sempre deixar o cliente satisfeito.
Apple é uma marca considerada "de boutique" porém a qualidade do hardware é incontestavelmente superior à da média dos computadores pessoais que existem por aí.
O conjunto hardware/software é complicado para pessoas que não sejam "do ramo", porém para o usuário final é algo como ligar na tomada e já estar funcionando.
Muitas minúcias pensadas e repensadas fazem um grande diferencial.
Experimente tropeçar no cabo de força de um Apple.
Não aconteceu nada de desastroso?
Agora repita a experiência, desta vez com um IBM-PC.
Foi tudo ao chão, não é mesmo?
São "coisinhas" assim que fazem a diferença a favor da Apple.
Chassis de alumínio ou de policarbonato em vez de chapa comum ou PVC.
Periféricos de alta qualidade, homologados para uso com o padrão Apple: melhores monitores, melhores impressoras, melhores tablets, com uma exceção: O mouse, que todos consideram ergonomicamente o pior mouse do mundo (pequeno e leve), mas que não dá defeito.
E que hoje é bastante imitado, vejam só.
Em tudo, em cada detalhe andou a mão de Jobs, o "lado mercenário" da Apple no tempo do "outro" Steve, o Wozniak.
E esse lado mercenário (no sentido figurado, é claro) foi o que manteve a Apple muito bem até hoje, embora sempre houvessem especulações externas no sentido de que a empresa estava irremediavelmente "mal das pernas".
Uma firma que "vai mal das pernas" mas que sobrevive por mais de 40 anos é no mínimo um fenômeno.
Ninguém aguenta tanto tempo levando os alegados "prejuízos".
Como é difícil (mas não impossível) clonar ou piratear coisas da Apple, percebe-se que não houve prejuízo nenhum de tal monta que ameaçasse a existência da companhia.
Mas já houve tempo em que "The Woz" (Steve Gary Wozniak) bancou do próprio bolso a produção do MacIntosh.
Daí para cá houveram altos e baixos, e quando Jobs percebeu que a coisa ia descambando, reassumiu a empresa e os lucros voltaram a aparecer.
Tem gente que tem esse dom.
Na Chrysler foi o Lee Iacoca que teve o toque de Midas, despedido da Ford apenas porque o presidente declaradamente "não ia com a cara dele".
Saiu da Ford após o lançamento de vários sucessos como o Thunderbird e o Maverick e imediatamente levantou a Chrysler.
E a Ford em seguida passou pela maior crise que já teve em toda a sua história, embora o tal presidente jamais tenha dado o braço a torcer.
Vai-se o Jobs e sua genialidade vai junto.
E embora não seja de todo impossível conseguir alguém com o mesmo "feeling", isso é bastante dificil.
Genialidade não se encontra em prateleiras.