5 fatores (subjetivos) que tornam o software proprietário insustentável para as micro, pequenas e médio empresas

Talvez este artigo pareça uma crônica. Não é um texto técnico nem se aprofunda em investigações, mas baseado em experiências do cotidiano, em algum ponto, comparando com as próprias experiências do leitor, podemos concluir que a insustentabilidade do software proprietário vem aumentando, e quem vai sofrer mais não são as grandes empresas.

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Por: Perfil removido em 25/09/2010


Microsoft Windows



Surpreso por este ser um fator. Não tem como deixá-lo de fora, pois, apesar dele ser produzido por uma grande empresa, é o exemplo vitalício, já que os pequenos tendem a se espelhar nos grandes. Dizem que 90% dos computadores usam Windows, então não tem mesmo como dizer que ele não tem uma parcela de culpa por este processo.

Já ouvi palestras em que o Bill Gates é colocado como exemplo de estratégia e visão comercial, mas o fato é que ele teve uma capacidade que a maioria das pessoas nunca vai ter, porque não se esforçam em ter. E outra, quantos sistemas operacionais surgiram ao longo da história?

Quantos estão ativos e tem expressão até hoje? Windows, Mac, Linux, Unix, BSD, FreeBSD, Solaris (e olha que fora o Windows todos os outros tem a mesma "base", digamos assim). Se até os grandes tem dificuldades na informática, imagine os pequenos. O problema aumenta mais ainda quando os pequenos tem "mania de grandeza".

Nesta área, ou até mesmo em outras, foi o sucesso financeiro do Windows que incendiou a "febre do ouro" nos desenvolvedores de sistema. Fui a ideia de um sistema e milhares de usuários que instigou a visão do lucro amplo.

Claro, ele não é o culpado direto, mas é um ícone que representa mais do que um sistema proprietário, representa toda a filosofia capitalista neste ramo. Foi o Windows que infiltrou a ideia de que a apresentação visual é mais importante do que a qualidade e segurança operacional. Foi o ideologia do sistema amigável, que qualquer um pode usar, que levou a qualquer um, sem o menor preparo, achar que é capaz de fazer qualquer coisa. Foi essa afirmação de que tudo pode ser muito mais idiotamente simples que deturpou a necessidade de se qualificar para trabalhar com informática. Foi essa do "deixe que nós fazemos pra você" que impediu as pessoas de evoluírem nessa área.

O fato de em todo lugar encontrarmos uma máquina com Windows levou o subconsciente das pessoas a acharem que "foi só criar o sistema uma vez e ficar tranquilo, não precisa fazer mais nada, é só sair vendendo e embolsando", e é por isso que os clientes muitas vezes desvalorizam o trabalho dos profissionais de informática, aliás, estes próprios profissionais de informática desvalorizam a si mesmos, ainda mais quando eles não tem a capacidade de enxergar a seriedade que seu trabalho de fato requer.

Nas empresas, hoje eu sustento que não existe sequer um argumento realmente plausível para que o Windows não seja substituído pelo Linux. Se o objetivo de um computador na empresa for trabalho, o Linux é a melhor opção, desde a economia até a segurança, mas as pessoas relutam nisso não por questões válidas, mas sim porque elas querem usar computadores nas empresas para fins que na maioria das vezes não tem nada a ver com trabalho, por isso preferem o mais amigável.

A propaganda "usar o computador ficou mais divertido" se infiltrou tanto na mente das pessoas que até mesmo na hora do trabalho elas buscam entretenimento. Vários problemas bobos, mas que tomam proporções graves, poderiam ser evitados nas empresas só elas usassem Linux, elas ganhariam em segurança, dariam "vida mais longa" ao seu parque de hardware, organizariam melhor suas informações com um sistema de arquivos mais conciso e robusto etc.

Mas se o Linux tem tantos fatores que beneficiariam as empresas, se ele é tão "profissional", por que ele não é adotado? O primeiro fator é por causa da incapacidade gerencial, líderes que não sabem dar exemplo, que são tão ou mais desinteressados que seus liderados, que são os que mais buscam "entretenimento" na hora do trabalho. Outro fato é que a maioria, não só nas empresas "usuárias", mas nas software-houses, não têm a menor habilidade com informática, daí são assessorados por pessoas descapacitadas (mas ótimos puxa-sacos).

O software livre enfrenta dificuldades em entrar no mercado das micro, pequenas e médio empresas não é pelo fato dele ser mais difícil ou ter menos qualidade que o proprietário. Eu afirmo com todas as letras que a qualidade do software proprietário, do sistema operacional ao mais simples plug-in, piora exponencialmente a cada ano, e aqueles que rebatem isso ou são cegos ou ganham muito ora defender tal posição contrária principalmente ao Linux. E este é o ponto: ganhar algo.

As pessoas estão tão preocupadas com o hoje, com os ganhos imediatos, que não enxergam o caos à sua frente, é uma situação que posso considerar análoga à do meio-ambiente, foi por isso que coloquei a palavra "insustentabilidade" como chave para sintetizar todo este cenário.

Continuamos com as coisas velhas, mesmo que elas sejam ruins, porque não têm interesse em aprender coisas novas. Foi este um dos discursos publicitário do lançamento do Windows Seven: "você não vai precisar aprender tudo de novo" - eu traduziria isto como "você pode continuar sendo medíocre". E nós infelizmente gostamos disso. Eu convenci pessoas a mudarem para o Linux, até mesmo em seus computadores pessoais, e com a maioria delas não tive problemas, a propósito, as que me deram problemas com o Linux já davam problemas com Windows, já eram preguiçosas e desinteressadas antes.

O Windows é um clássico exemplo de "a propaganda é a alma do negócio", mesmo que esta seja uma propaganda enganosa. E este exemplo é alastrado a todos os cantos do mundo, o pessoal que trabalha com informática aprendeu isso como ninguém - pelo menos a maioria.

Enfim, em um dos meus primeiros artigos, que eu publiquei apenas no meu site, eu comentei sobre uma matéria que li em que analistas afirmam que o Windows está caminhando para o colapso, e se toda a indústria de software ao redor do mundo é influenciada diretamente por ele, se seguem os seus padrões, imagine como será o colapso delas; se pra Microsoft, que possui excelentes profissionais e muito dinheiro a "casa tá caindo", imagine o que será pras empresas menores, que tem infinitamente menos dinheiro e profissionais imensamente menos capacitados...

E abrindo só um parêntese, algo meio técnico, ultimamente eu adotei uma postura mais radical. Afirmo que Windows foi feito pra dar dor de cabeça. Quando alguém me pergunta qual melhor antivírus eu respondo que é usar Linux. Algumas pessoas, e profissionais desavisados, afirmam que o melhor antivírus é o usuário saber onde clica, e isso me deixa louco, pois eles não sabem nem o que é um vírus (é comum confundir vírus com malware, eu sei), mas eu nem vou me dar ao trabalho de explicar que vírus pode se alastrar com ou sem o seu consentimento.

Não importa o que você faça, o Windows continuará sendo instável, pesado, inseguro, continuará tendo problemas com rede, continuará refém das gambiarras... Isso pra mim já é insustentabilidade e custo de mais pra que pequenas empresas confiem nele.

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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Expectativas exacerbadas de lucro conflitando com investimentos insuficientes ou errados
   3. Não saber o que está fazendo
   4. Incapacidade gerencial e negligência operacional, ou seja, incompetência
   5. A imbecilidade real revelada pela realidade virtual
   6. Microsoft Windows
   7. Conclusão - O software livre como modelo a ser considerado
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Comentários
[1] Comentário enviado por cruzeirense em 25/09/2010 - 18:13h

" O problema aumenta mais ainda quando os pequenos tem "mania de grandeza". "

Isso ficou um tanto quanto contraditorio...

Seu artigo defende o software livre em detrimento do proprietario. No atual cenario o software livre seria o "pequeno" e o proprietario seria o "grande".

O que você frisou em diversos pontos do artigo foi o que voce disse no seu artigo anterior, a culpa é sempre dos usuários imbecis que não se interessam em aprender a utilizar o computador corretamente, mas lembre-se, isso não vai mudar...

Sabe qual é a fórmula do sucesso? Pergunta ao Bio Gades... ele vende (caro) um sistema muito pior(isso foi vc que disse) e obtem muito sucesso...

Acho que temos que rever muitos conceitos e não seguirmos apenas paixões..

Eu torço para o meu time e não para um sistema...

[2] Comentário enviado por Teixeira em 25/09/2010 - 23:08h

O artigo ficou mais parecido com "prolegômenos" que com "crônica"... rsrs
E concordo com o cruzeirense quando afirma que o texto ficou um pouco contraditório.
De qualquer forma, isso teria de ser dito.

Enfim tudo pode ser resumido em uma frase:
O pior cego é aquele que não quer ver...

[3] Comentário enviado por diegowalisson em 26/09/2010 - 00:47h

Concordo 200% com o cruzeirense.
O que está realmente insustentável é esta guerra diária entre software livre e proprietário. Isso não contribui nem um pouco com a T.I. A questão da incompetência vale para todos. Seja proprietário ou livre, o que interessa no final das contas é que o seu trabalho e o software atenda os requisitos de maneira satisfatória. Se puder e quiser pagar por ele, pague. Por que não? Windows é um problema ou TEM problemas? E Linux, Mac, não tem? Todos têm. Ah, tem a questão ideológica e tal, de compartilhar o conhecimento... Isso é UM dos aspectos do nosso ramo. Não deverá nunca ser o único a ser considerado, seja qual for a circunstância, assim como a falsa idéia de que software livre tem de forma geral menor custo que o proprietário. Em certos contextos não tem. Vocês sabem que não tem. Às vezes perdemos mais tempo tentando convencer os outros que opensource é lindo do que resolvendo os problemas que nos são postos.
Meu lado usuário gosta de Windows. Gosto de "descansar" nele. Requer de mim muito menos esforço no geral. No trabalho, administro servidores Linux e Windows. Simples assim, sem culpa nem dor de consciência no final do dia. Não é isso que buscamos, afinal?

[4] Comentário enviado por removido em 26/09/2010 - 12:31h

Pois é!

O legal é que o pessoal tem acompanhado meu trabalho contraditório... Mas não confundamos uma coisa com outra... Este artigo não foi pra dizer qual é o melhor... Sei que sou radical em alguns pontos, e isso é até bom, ou ruim, mas o fato é que a radicalidade de alguns mexe com a mediocridade de outros... Não estou dizendo que as opiniões aqui expressas são medíocres, mas me motivo a querer mostrar os dois lados... E o foco aqui são é SL X SP, mas sim modelo de desenvolvimento... Alguém tem que dar a cara a tapa pra que as coisas sejam vistas sob um novo prisma, para que conceitos sejam revistos, inclusive os meus...

[5] Comentário enviado por guilessons em 26/09/2010 - 14:59h

Compreendo perfeitamente a sua visão e acredito que você apenas foi um pouco mais sincero, percebi uma certa emoção em suas palavras :)

Sobre o texto ser um pouco contraditório... hmm não sei, difícil é encontrar um que não seja...

Tente não ser tão "cruel" com os usuários leigos ao se referir a eles rsrs

Aproveitando este comentário, você ou outra pessoa aqui membro da comunidade poderia fazer um artigo falando das empesas (no Brasil se possível) que usam e CONTRIBUEM com o Software Livre.

Ahh! se possível também quais projetos o governo tem para apoiar financeiramente desenvolvedores de SL.

:)

[6] Comentário enviado por fred_marques em 27/09/2010 - 12:49h

A questão principal é que a própria indústria de software brasileira está inviabilizada, pois atualmente ela só existe para atender a demanda dos clientes que por sua vez estão reféns da burocracia estatal. Dizer que PAF-ECF foi um avanço é uma grande mentira, pois cada SEFAZ baixa suas próprias portarias, e o que ocorre na verdade é que estamos em um sistema tributário caótico, e isso reflete na área de TI. O modelo de negócio em software que existe nos EUA ou na Europa é completamente diferente do Brasil e abrangem as mais diversas áreas, tais como : industrial, comércial, entreterimento, comunicação, científica etc. Me aponte uma única grande softhouse brasileira que não seja da área de ERP? E as outras áreas como ficam? Existe incentivos? Existe demanda? Existe interesse? Estou na área desda década de 80, e ao menos naquela época existiam softhouses tentando atuar em outros setores. Lembram do Carta Certa? Portanto essa guerra Windows x Linux x MacOsx etc é inútil, pois o nosso maior problema é uma total falta de política e metas de negócios para o setor de tecnologia que realmente agreguem algúm valor aos nossos produtos, sejam proprietários ou GNU. Somos meros consumidores de perfumarias tecnológicas e nossa área de TI existe simplesmente para atender o elefante branco da burocracia estatal.

[7] Comentário enviado por camusmal em 27/09/2010 - 19:54h

Olha só!

Se eu vende-se uma nova linha de Panela de marca XYZ mas o mercado ja tem três marcas famosas que vendem panela, então quem daria um conjunto de panela XYZ como presente de casamento pra um amigo?

Primeiro vou arrumar o acabamento da panela vou torna-la atrativa com tampas de vidro e vou reduzi meu lucro para poder vender mais inicialmente e assim as pessoas vão indicar a panela de tampa de vidro para outras. Me tornando uma marca reconhecida!

Com o tio bill gates foi assim...soh que o windows ele deu de graça pra população toda!
E ainda da...mesmo sendo o lider nesse mercado de S.O.

Mas ele cobra se eu quebrar a tampa da panela acidentalmente e cobra para cada outro suporte que eu criar como saleiros que combinam com o conjunto.

Resumindo o bill gates consegue dar panela de graça desde 19XX...hj em dia tem gente que arruma panela em todos os lugares e essa é a melhor forma de conquista o usuário.

Ninguem vai telefonar para comprar um software de uma determinada empresa se não for indicado por alguem que ja testou!

E as empresas que ganham muita grana que eh o caso das de grande porte..elas nao ta nem ai se ao inves de gasta 20mil poderia gasta 8mil...elas querem o que é recomendado pela maioria, para garantir o seu lucro e não correr risco com coisas novas.

As de medio porte segue esse modelo e só opnão por tentar algo novo se o orçamente ultrapassa o que podem pagar.

As pequenas empresas compram pacotes basicos que saem em conta e eh recomendado pela maioria.

É que nem jogar na bolsa de valores...

[8] Comentário enviado por nicolo em 27/09/2010 - 20:23h

Ora ora, Até não concordo com tudo que escreveste, mas ...
Acima de tudo: Parabéns pela coragem
Parabéns pela visão fora da mediocridade.

1-Olhando do lado do consumidor, cliente ou usuário: Nosso mercado de informatica é insipiente, uma fascinação adquirida do primeiro mundo.
Neste mercado entram todos, com qualquer grau de preparação e com qualquer grau de profissionalismo. Vai levar um bom tempo para separar o joio do trigo.

2-Sua conclusão está correta, o software livre é o espaço para o empresário nacional crescer, não há como reinventar a roda ou sair na porrada com as patentes
das mega corporações. Qualquer empresa filet mingnon vai ser ocupada pelas grandes corporações com preços unitários muito baixos. O custo de manutenção de um mega sistema Windows (de uma empresa de grande porte) é monstruoso.

3-O preparo do brasileiro para a área gerencial é patético. Dos gerentes brasileiros mais de 90% , são fraquíssimos. Só uns 10% tem cabeça para conduzir os negócios, e isso não vai ser diferente em informática. (Os decision makers brasileiros tem em média menos de 11 anos de estudo, ou o segundo grau incompleto).

4-Não concordo com a imagem que traçam do Windows e do Tio Bill. Há muita coisa que o software livre está aprendendo com eles, principalmente "como deixar o cliente satisfeito". O Mark Shuttleworth da Canonical (Ubuntu) que é um empresário de sucesso não despreza boas idéias.

5-O desenvolvimento sustentável ... Bem primeiro precisa ler o relatório Brundtland a Biblia dos ambientalistas, mas eu não conheço nenhum defunto ambientalista que o tenha lido. Eu li tudinho e desambientei.



[9] Comentário enviado por cruzeirense em 28/09/2010 - 14:09h

Só mais um pitaco...

Antes do médio e pequeno empresários crescerem com o software livre, o próprio software livre tem que crescer.

Agora, ficar falando que o gerente não sabe gerenciar, o usuário não sabe usar?

O mercado é este aí...

Lembre-se, o produto deve se adaptar ao mercado, não o contrário...

Abraços,

Renato

[10] Comentário enviado por tosca em 15/01/2011 - 23:53h

Sou Socialista do PSTU e uso linux, a questão do Linux e grande empresa junto ao Capitallismo é simples=redução de custos, melhoria do gerenciamento de dados e segurança, vc não colocaria seu patrinônio mesmo que fruto de enganações e jogos ilegas a deriva, o principal do linux nas empresas é segurança, confiabilidade e usuábilidade.

Com isso o empresário pode criar sua empresa virtual, sem as cutucadas da detentora do solftwere, praticidade. Vc corrige falhas, conserta os erros e deixa a cada dia mais na sua mão.

Por quê pequenas empresas não usam linux, simples falta proficionais dispostos a criar solftwere, um custo inicial maior pois não comprar-se um sistema já feito, sabendo que a curto prazo é investimento não gastos. Não sei nas grandes cidades, moro em Sergipe sempre quiz fazer um curso de programação no linux, aquí curso linux é acesso a net e open office; isso minha vó sabe não precisa aula; em pequenos centros é implaticável hoje usar linux de forma empresarial, falta simplesmente conhecimento e pessoal disposto a faze-lo.

[11] Comentário enviado por aldooliveira em 20/01/2016 - 15:30h

Muito bom o artigo.


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