Um níquel de volta

Como um um sonho sai de temperaturas abaixo de zero e trinta centímetros de neve para tornar-se um sucesso em todo o mundo? Será que podemos fazer o mesmo em temperaturas mais amenas com o software livre brasileiro?

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Por: Paulino Michelazzo em 04/03/2008 | Blog: http://www.michelazzo.com.br


Um pouco de música (e de como ela cresce)



Enfiada no meio do nada da província canadense de Alberta está Hanna, uma cidade típica de interior que não possui mais de três mil habitantes (algo como um prédio comercial de uma grande cidade), meia dúzia de restaurantes e um investimento imobiliário que não ultrapassa o valor de duas coberturas num bairro nobre do Rio de Janeiro. Com temperaturas que variam entre 17 graus no verão até gélidos 16 negativos no inverno com trinta centímetros de neve, ela é o berço de uma das maiores bandas do hard rock (ou post-grunge) mundial; Nickelback.

Após 25 milhões de álbuns vendidos, prêmios como Grammy, MTV Music Awards e a entrada em vários charts mundiais como Billboard e US Top 100 propiciadas por hits como How You Remind Me, Photography e Far Away, Nickelback tornou-se não somente um sucesso de vendas e de grana para seus quatro integrantes, mas também um sucesso para o governo canadense. Não entendeu? Explico: o governo canadense mantém dentro do Ministério do Patrimônio (algo como o Ministério da Cultura brasileiro) um programa denominado Sound Recording Development Program que tem como principais objetivos financiar artistas e empreendedores da área musical para entrar no mercado nacional e internacional bem como ampliar as oportunidades existentes para estes artistas a fim de alçarem vôos sozinhos e com isso levar o nome de seu país e as cores de sua bandeira para fora das fronteiras do Ártico.

Mas qual o resultado prático disso? A resposta: Alanis Morissette, Avril Lavigne, Celine Dion, Nelly Furtado e Nickelback (só para citar alguns) que juntos formam mais de 120 milhões de discos vendidos em todo o planeta, saíram ou tiveram em suas carreiras apoio governamental. Com isso o Canadá é hoje o segundo maior mercado de criação fonográfica do mundo, um título que certamente qualquer país gostaria de ter. E o que isso tem a ver com o clima tropical de nosso país e mais precisamente com o Software Livre? Acredite, muita coisa.

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   1. Um pouco de música (e de como ela cresce)
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Comentários
[1] Comentário enviado por eduardo em 04/03/2008 - 10:39h

Congratulations!!!!


Muito bom o artigo. Confesso que a 1ª parte do artigo me prendeu a ele e não consegui parar de ler até ler tudo. Que nem diria o cara do Jornal da Globo, à noite, ao qual não me recordo o nome no momento, "o Brasil é um país de tolos". O Brasil só vai crescer se as pessoas começarem a pensar no que seria melhor para todos, e não o que seria melhor para si mesmas. E aí ficamos assim, do jeito que estamos.

Parabéns pelo artigo. Juntou muita coisa interessante que vale a pena ser questionada e pensada bastante.

Abraços.

[2] Comentário enviado por pmichelazzo em 04/03/2008 - 10:47h

Olá Thed,

Obrigado pelas amáveis palavras. Infelizmente por um lapso de minha memória (ou excesso de humildade, não sei) os outros artigos da série estão na Dicas-L e podem ser acessados em http://www.dicas-l.com.br/linha_de_data/

Saudações

[3] Comentário enviado por nicolo em 04/03/2008 - 11:22h

Brilhante? Quase. No país rico predomina uma mentalidade econômica de: faço eu mesmo. Govêrno? Quanto mais longe melhor, pois já muito ajuda quando não atrapalha. Em Tupinicópolis.... tudo é regulado regulamentado. Qualquer coisa que se queira fazer depende de autorizações, permissões, concessões, taxas, emolumentos, certidões ....e uma cordilheira de papel. Se o governo se metesse em opensource, o Linux dependeria de dez mil autorizações, e só seriam legais os Linux homologados pelo Ministério do Opensource, e só seriam homologados os Linux dos amigos do REY- Isso é assim desde Dom Manuel o Venturoso-ano 1500.
Os outros Linux seriam considerados piratas, e com pena criminal. Linus Torvald não estava no Programa de Inclusão de Informática do governo da Finlândia, mas o garoto tinha liberdade para fazer uma farra intelectual dentro da Universidade, sem que ninguém fosse lhe encher o saco. Tente fazer isso numa intituição brasileira (Pública ou privada, dá na mesma, a mentalidade burocrática é igual.). A grande ajuda do governo Finlandês é assim: A porta está aberta ENTRE E FAÇA. Até onde eu vi os governos escandinavos (Leia-se a Elite Dominante) se irrita porque pouca gente aparece. Lá não é problema fazer, é problema não fazer.

[4] Comentário enviado por izavos em 06/03/2008 - 21:35h

Esse e o Brasil que algumas pessoas que não tem a mínima capacidade estratégica de defesa dos interesses nacionais querem que exista.
Devo acreditar na inocencia da ignorância ou em interesse que não é a defesa do Brasil?
Voce colocaria a sua segurança, seu conhecimento, sua vida nas mãos de outra pessoa?
O Brasil já negligencio por demais o proprio desenvolvimento, já compramos equipamentos dos “EUA”, “China” e vamos acabar comprado dos “Indianos”.
E pelo andar da carruagem vamos comprar ate da africa antes que alguem com bom censo nesta Brasil de o devido apoio para o próprio desenvolvimento.

Bom trabalho !


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