lcavalheiro
(usa Slackware)
Enviado em 19/01/2013 - 12:35h
Wolnerix escreveu:
Sejamos francos: livre ou não, o que importa para os usuários é que seja de graça, e para as distros, é conquistar mais usuários!
Nem adianta a gente tentar discutir uma solução para o UEFI. Ele está aí, a MS aproveitou o seu monopólio e implementou ele em tudo quanto pôde.
É proprietário e fere a GPL? Idaí? O Fedora e os usuários não estão nem aí pra isso! Eles querem apenas usar a distro no hardware que têm!
Em relação ao Linus, ele não vai com a cara da FSF desde 1996, quando começou a colocar blobs proprietários no kernel. E daí? Todo mundo usa Linux porquê ele reconhece todo o seu hardware. Alguém liga que o kernel tenha partes proprietárias de código? Duvido muito, porquê é de graça. A não ser o Sr. Stallman, e as poucas pessoas que realmente se importam com a liberdade!
Não gosta do Linux? Instale o Linux-Libre (kernel totalmente livre criado pela FSFLA).
E aqui vamos nós para mais uma discussão eterna: Todo mundo "senta o pau" no software proprietário, mas todo mundo usa! Que eu saiba, não conheci ninguém aqui no VOL que usasse uma distro 100% livre. Obstante à isso, conheço várias pessoas que lotam a distro com softwares proprietários e dizem usar software livre.
O mundo não é perfeito. Todo mundo veio para o software livre porquê queria mais liberdade e era adepto da GPL e os termos do software livre, mas ninguém REALMENTE no mundo do pinguim, usa SOMENTE software livre. A porcentagem de pessoas que usam distros certificadas pela FSF não deve passar de 10% do total de usuários. Muitos me disseram usar Linux porquê é livre, mas ele não é. E eu aposto que, muitas pessoas usam software livre porquê é de graça. Ao invéz de usar somente software livre, as pessoas apenas passam a usar MENOS software proprietário quando migram para o pinguim.
Muitos ainda dizem que as distros 100% livres são distros inúteis. Tudo isso porquê? Porquê elas não suportam os formatos proprietários? Sejamos menos hipócritas, por favor. Enquanto isso, ninguém faz algo a respeito. As pessoas apenas preferem instalar os softwares proprietários em seus computadores. É mais fácil. É como ja dizia o professor lcavalheiro: as pessoas preferem o comodismo, do que sair da zona de conforto para fazer algo que realmente pensam estar certo.
Você é realmente adepto do software livre que tanto fala, que tanto diz usar? Instale uma distro 100% livre como o Trisquel, por exemplo. Ou você é adepto ou não é.
Enquanto o software livre não conseguir uma forma EFICAZ de ganhar dinheiro, ele não conseguirá ser mais forte que o software proprietário. Doações, adptação de software e suporte não são nada comparado ao poder do software proprietário de ganhar dinheiro com licenciamento. Isso é fato. Eu mesmo, nunca fiz uma doação para qualquer projeto de software livre, ou para alguma distro.
Eu acho que cada um deveria repensar na própria definição de liberdade....
O mundo é movido pelo dinheiro. Em contra-partida, os usuários vendem até a alma, a mãe e a irmã, mas não querem pagar pelo software. É algo complicado, tenho que dizer. A minha opinião sobre software livre x proprietário ainda não está formada, e eu não consegui chegar a uma solução. Software livre e proprietário envolvem muita filosofia, estilos de vida, objetivos comuns e principalmente, dinheiro.
#Desculpem esse "sermão", mas achei que deveria colocá-lo aqui devido ao rumo que o assunto tomou nesse tópico. E também, gostaria de fazer vocês pensarem um pouco sobre isso que eu disse.
Lembrando também que eu não estou defendendo o software proprietário com o que eu disse acima, o que eu quero demonstrar o meu ponto de vista e os erros que econtrei na minha caminhada pelo mundo Linux.
Gostaria que vocês fizessem críticas construtivas sobre isso.
Concordo plenamente com relação ao que você diz sobre o ponto de vista dos usuários. A maioria está alheia aos idealismos da FSF ou de alguns dinossauros perdidos por aí, eles querem apenas instalar um sistema operacional que reconheça o seu hardware sem dor de cabeça.
E aí voltamos a uma questão sobre a qual já falamos uma vez. O problema no momento não é o software proprietário, mas o hardware proprietário. Embora exista a alternativa open source para a maioria dos drivers proprietários, é preciso reconhecer que nem todos eles estão maduros o suficiente para permitir a transição. Enquanto o hardware proprietário existir é muito difícil não usar os blobs proprietários no kernel - ou impossível, para um usuário comum que só quer que seu computador funcione sem dores de cabeça. Eis o problema, ao meu entender: não haverá software 100% live enquanto não houver hardware 100% livre.
Temos a questão do comodismo, sim, mas neste assunto da liberdade de software ela é secundária à existência do hardware proprietário. Pensando como um usuário comum, do tipo que não liga pra esse tipo de discussão e quer apenas instalar um "sistema operacional que possa instalar pacotes com um apt-get install", por exemplo, esse tipo de usuário não se incomoda com a liberdade do que usa. Ele quer um sistema pronto para uso, e se não conseguir isso facilmente ele migra para outro no qual ele consiga a tal facilidade - e é nisso que o Canonical Windows está garantindo seu poderio, na busca pela facilidade. O sistema do 10º círculo do inferno, vulgo Redmond, é fácil demais: uns cliques instalam o que quer que seja, qualquer configuração é feita em uma GUI tão intuitiva que chega a ser uma ofensa ao intelecto. E é isso, FACILIDADE, que o usuário comum quer, mesmo que ele tenha que abrir mão da confiabilidade, da segurança e da estabilidade do sistema.
Sim, por enquanto a postura da maioria dos usuários do GNU / Linux é, pelo menos aparentemente, contraditória. A maioria de nós usa os tais blobs proprietários, programas proprietários e drivers proprietários em seu computador. Alguns (eu incluso) usam até o sistema da Redmond para algumas coisas (eu não vivo sem meus jogos de computador, eu preciso relaxar de vez em quando). Mas isso se deve ao fato do conceito de liberdade ser aparentemente contraditório. Pelo conceito geral de liberdade de natureza, que é a formulação mais abrangente do conceito de liberdade encontrada no Direito e na Filosofia, você é livre até para não ser livre. Qualquer forma de liberdade deve incluir a liberdade de abrir-se mão da liberdade por alguma razão qualquer. Por exemplo, ao viver em sociedade abrimos mão da liberdade para cometer crimes em troca da "garantia" que ninguém cometa crimes contra nós.
E mais uma vez esbarramos no problema do hardware proprietário. A maioria dos usuários prefere abrir mão de sua liberdade em troca de um pedaço de código que faça seu computador funcionar do jeito esperado sem dor de cabeça. Só que enquanto houver hardware proprietário a existência de um driver livre capaz de fazer tal hardware funcionar 100% conforme o esperado é, na maior parte dos casos, utopia.
Eu tenho meus ideais, mas ainda sou capaz de reconhecer quando um ideal é inexequível. Eu ainda espero viver em um mundo em que hardware e software sejam livres de verdade, em um mundo que você pague apenas pelos componentes que compra e não pela patente que eles carregam. Mas eu sei que um mundo assim não vai existir enquanto os programadores, engenheiros e demais responsáveis pela produção de hardware e software tiverem contas para pagar, e enquanto o desenvolvimento de software e principalmente hardware livre não for a norma. Eu acredito que, assim como eu, eles gostem de ser remunerados pelo trabalho que fazem.
madrugada escreveu:
Sejamos francos, a Red Hat não comprou só as chaves da M$,
comprou também o Linus Torvalds, e não é de hoje. Só não comprou o RM Stallman, porque ele não vende sua opinião(fotos sim, opinião não).
A verdade é dura, mas está disnte de todos e só não vê quem não quer.
Sim, a RedHat conseguiu não apenas comprar o sr. Torvalds como impor o pacote .rpm como padrão para indústria de desenvolvimento de software para GNU / Linux. Diga-se de passagem, a estrutura de um pacote .rpm clássico até que favorece isso, já que (pelo menos no que eu entendi) o pacote é o código-fonte acompanhado por alguns scripts de configuração, compilação, instalação e desinstalação.
Mas que o sr. Torvalds não está nessa por idealismo infelizmente é verdade velha. O projeto GNU foi uma maneira para ele conseguir projeção com o seu kernel Linux, e ele se deu bem em cima dos dinos entusiastas e idealistas da FSF. Quem entre os usuários mais novos conhece o Maddog? Quem dos mais antigos sabe que ele se declarou homossexual? Quais novatos sabem o que a sigla rms (isso mesmo, em minúsculas) significa? Mas todos conhecem aquela face irônica e debochada do sr. Torvalds, tidos por muitos (mesmo aqui entre nós) como o único pai do GNU / Linux que usam.
O sr. Torvalds demonstra cada vez mais claramente que o lance dele é dinheiro e ponto.
madrugada escreveu:
clodoaldops escreveu:
-eu nem estaria esquentando a cabeça com esse tal de UEFI se pudesse comprar um bom notebook , de uma boa marca, com linux "decente" pré-instalado no qual eu pudesse instalar "minha distro" posteriormente
sem me estressar
-qto ao grub do F18 estar "sobrepondo" o grub do mint/ubuntu talvez seja pelo fato do F18 ter essa chave UEFI
-como sou uma pessoal normal provavelmente eu tbém estaria enrolado se tivesse um notebook com w8
+1
Realmente não é um bom momento pra comprar máquina decente se a intenção é instalar uma distro Linux.
Realmente não é. Ventos negros sopram do Mundo da Rede...