Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 21/01/2011 - 20:32h
Acompanhando as reuniões de pais e alunos das escolas onde minha filha estudou, constatei que todas as reclamações de "bullying" eram habilidosamente desconversadas.
Sempre, em maior ou menor grau, negaram a existência de bullying e de tráfico de drogas naqueles estabelecimentos (apesar de que o cheiro de maconha é inconfundível, em especial em um prédio que ocupa todo um quarteirão)...
E em geral, a criança ou adolescente da qual se reclamava estar sendo vítima de bullying passa a ser descrita nessas reuniões como sendo "alunos problemáticos".
A essas reuniões geralmente comparecem pais enfadados, que gostariam de estar em qulquer outro lugar, menos ali.
Os auditórios ficam cheios de "vaquinhas de presépio", todos concordando com a cabeça...
Minha experiência pessoal:
Durante minha infância, sempre fui do tipo "gordinho-redondinho".
Ao entrar no ensino fundamental, fui debaixo da "diretiva número um" ditada por minha avó: "Não brigar nunca".
Pois dentro de algum tempo um cero grupinho "me descobriu" e partiu para as ofensas. Porém, como eu estava debaixo da diretiva instituída por minha avó, fui aguentando até muito bem.
Aí começaram as agressões físicas. Primeiro tapas, depois pastadas e até pedradas. Eu chegava em casa chorando e minha avó repetia para mim a mesma diretiva. E assim ia a vida. Até que um dia eu cheguei em casa ensanguentado e chorando, e meu avô havia chegado mais cedo. Quis saber porque eu estava chorando ("homem não chora") e instituiu a "diretiva número dois":
O dia que eu chegasse em casa chorando novamente, seria ELE quem iria me dar uma surra...
No dia seguinte, como de costume, já veio se achegando aquela turminha de sempre (isso era do lado de fora da escola). Confesso que fiquei num dilema terrível, mas a diretiva número dois prevaleceu: Escolhi o maior - e supostamente mais forte - deles e desferí-lhe tremendo gancho no queixo, fazendo com que ele descrevesse uma longa trajetória até estatelar-se na parede. Na verdade, aprendi aquele golpe ali na hora, pois nunca havia brigado antes.
Fui para casa todo orgulhoso, mas não falei nada com ninguém.
Ainda tentaram me agredir outras vezes, porém o tal gancho no queixo nunca me deixou na mão. Aí a coisa foi perdendo a graça para eles, e acabaram me deixando em paz.
Hoje em dia, e depois de haver praticado artes marciais, fico meditando no perigo que representa um gancho no queijo: Além de provocar a supressão momentânea dos sentidos, isso geralmente leva à fratura do mento (o osso do queixo), o que certamente traria problemas graves para MINHA família.
Acho que meu punho foi sempre guiado por Deus, para que sempre houvesse um movimento cinemático exagerado, porém sem fraturas ou outras complicações.
Examinando-se melhor, percebe-se que tem de haver uma precisão extremamente grande para a aplicação de tal golpe. E essa prática, essa precisão, essa técnica, eu realmente não tinha de onde tirar.