removido
(usa Nenhuma)
Enviado em 21/01/2011 - 00:24h
Quanto à parte que toca aos professores, diretores e responsáveis pela escola, posso humildemente fazer algumas colocações que julgo importantes:
Quando eu ainda era estudante, sofri bullying devido à tradição religiosa dos meus pais. Aqui na região onde vivo, a fé católica é muito forte e até mesmo adultos chegam ter aversão à praticantes de outras religiões. Na verdade, eu pertencia apenas à uma denominação diferente, era evangélico.
Hoje, do outro lado da situação, acredito ter uma visão mais apurada que muitos professores ao combater o bullying. Já que adquiri uma certa sensibilidade para identificar quando o bullying acontece de verdade.
Mesmo assim, essa é uma tarefa difícil para um professor. O professor deve tomar conta de turmas de 30 ou 40 alunos, alunos que ele nem conhece, cujas famílias, cuja formação cultural ele nunca conheceu. Quem aqui nunca estudou em uma classe com 40 alunos?
Felizmente aqui em minha região, o número de alunos por classe foi regulamentado para 25 alunos por sala. Na escola que eu trabalho no momento, esse numero é de apenas 20 alunos. Mesmo assim não é fácil. O bullying muitas vezes acontece de maneira camuflada, fora das vistas dos professores. Por incrível que pareça, muitos agressores desenvolvem também a habilidade de dissimulação.
Um professor deve acompanhar o desenvolvimento da criança, se ela está aprendendo, se ela está brincando, se ela está comendo, se ela não está doente, se ela não tem nenhuma dificuldade de aprendizagem etc...
Hoje em dia, os pais não conseguem acompanhar nem mesmo o desenvolvimento de seu 2 ou 3 filhos. Como um professor o fará, satisfatoriamente com 20, 30 ou 40 crianças?
Isso na educação infantil e nas séries iniciais (antigo primário), pois nas séries finais (antigo ginásio) e no ensino médio, um professor passa apenas 45 minutos com cada turma, sendo que o total de alunos para cada professor pode chegar à 500, 600, 700 em cada escola. É HUMANAMENTE impossível acompanhar todos os casos de aprendizegem, muito menos os casos de bullying nessas situações.
ACORDA GOVERNO VAMOS MELHORAR AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS NOSSOS PROFESSORES!!!!!
Claro que não quero isentar os professores de toda a culpa, afinal de contas, em certos momentos, a displicência existe sim!
Porém, o papel de fiscalizar e punir, além de educar a criança para o bem não é só papel do professor. A sociedade tem um papel muito importante, porém que é relegado constantemente.
Na escola que eu trabalho, alguns pais (com vida financeira acima da média) deixam suas crianças às sete da manhã e as buscam às sete da noite. Como eles desempenharão seus papeis de pais com apenas 2 ou 3 horas de convívio por dia?
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Crianças não são cruéis, jamais! Ela apenas afloram suas emoções de maneira muito mais espontânea que adultos, sejam essas emoções boas ou ruins. Crianças de 6, 7 ou 8 anos são inocentes, e são as maiores vítimas de tudo isso, independente do lado do bullying que elas se encontram. Elas ainda estão com o seu caráter em formação, e em um período de absorção de padrões de comportamento muito intenso.
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Definitivamente, a violência nunca será a melhor maneira de combater a violência, esse assunto é longo e com certeza renderia muito pano pra manga. Mas já tenho que dormir pois amanhã, tenho que levantar cedo (hoje não fui trabalhar pois estava com febre, amanhã vou preparar meus ouvidos para a "conversinha" com meu chefe heheheheh)
Abraço galera