Senhores, essa treta toda remete a algo que eu já venho falando há muito tempo aqui no VOL mesmo: o Ubuntu vai destruir o GNU/Linux. Porém, eu os convido a fazer uma reflexão em outro sentido: por que a Canonical topou um acordo desses?
Primeiro ponto que deve ser considerado: a distribuição da empresa do astronauta cara-de-mármore está perdendo espaço para seus derivados. O crescimento das chupinhações das chupinhações (i.e., derivadas do Ubuntu, como o Mint, o Elementary OS e essas porcarias todas) tem assustado o sr. Shuttleworth, pois isso significa menor fatia de representação do Bugbuntu no mundo GNU/Linux. Uma olhadinha ligeira no DistroWatch mostra que até o Debian está na frente do Bugbuntu. Aliás, outra coisa que tem emperrado o bolo de fezes é a fama de bugada que ela merecidamente angariou em todos esses anos de existência.
Segundo ponto: apesar de estar perdendo usuários e ser um bolo de fezes bugado, para muitos usuários Ubuntu é sinônimo de GNU/Linux. Volta e meia aparece aqui no VOL mesmo um filho de político¹ pedindo ajuda para instalar o Linux 15.04, por exemplo. Característica da humanidade: a maioria das pessoas irá comer fetos humanos temperados com esterco de porco se "todo mundo" estiver fazendo isso. E no mundo GNU/Linux "todo mundo" está usando o Bugbuntu.
Terceiro ponto: a Canonical é uma empresa, e ela quer vender o produto dela. Ela precisa que as pessoas vejam a identidade comentada no segundo ponto para que ela possa vender a prestação de serviços. Se as pessoas associarem o GNU/Linux a um cara tipo o Stallman, ativista do software livre e tal, o sr. Shuttleworth rapidinho fica sem dinheiro pra comprar uma dose de cachaça no boteco da esquina.
Quarto ponto: "todo mundo" usa Windows. Gostemos ou não, o OS da MS é o mais usado no mercado de usuários domésticos. Lembram do que eu falei dos fetos humanos temperados com esterco de porco? Então temos o...
Quinto ponto: Ubuntu no Windows é PROPAGANDA GRATUITA para a Canonical. A lógica é simples: "todo mundo" usa o Windows, logo "todo mundo" vai ver o nome Ubuntu no meio daquela joça, logo "todo mundo" pode se sentir testado a pesquisar o que é o Ubuntu (palavra africana que significa "eu não sei ler documentação"), e pode ser que "todo mundo" experimente um dual boot Windows e Ubuntu. Mais uma vez, fetos humanos e esterco de porco. Mercadologicamente falando, a coisa funciona pra Canonical. E desce montanhas de fetos humanos com esterco de porco para o jantar dos usuários de outras distribuições que não as últimas três sérias que restaram (Slackware, Gentoo e Funtoo).
Consequência: para a Canonical, essa jogada significa uma tentativa desesperada de fazer com que o Ubuntu volte a ser relevante.
Corolário: aos usuários de outras distros, isso é uma má notícia. Tirando as três sérias (Slackware, Gentoo e Funtoo), todas copiam os modelos de lógica e desenvolvimento da Canonical - exceto o Fedora, porque ele faz PIOR que a Canonical. O Debian é um genérico de Ubuntu, as derivadas do Ubuntu sofrem dos mesmos problemas da distro-mãe, o Fedora é o lixo viciado em GNOME e em Lennart Poettering que sempre foi. Tirando as três sérias, não vai ter para onde correr. Logo, o que quer que a Canonical colha de benefícios nesse acordo, vai respingar em todas as distros menos nas três sérias.
1: não concordo em chamar ninguém de filho da p..., já que as prostitutas são prestadoras de um serviço tão essencial pra humanidade e elas são trabalhadoras como eu ou você. Você chama alguém de filho do padeiro? Não, né? Então mais respeito com a profissão das primas. Por outro lado, um político é um parasita que só tem o cargo que tem e as benesses associadas porque convenceu um certo número de pessoas a votarem nele. Parasita total.
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Só Slackware é GNU/Linux e Patrick Volkerding é o seu Profeta
Mensagem do dia: 90% dos problemas em GNU/Linux podem ser resolvidos com um único comando:
# apt-get purge systemd* #para Debian-likes
# dnf remove systemd* #para o Fedora
# zypper remove systemd* #para o openSUSE