Saudações companheiros de
software livre, a vida de usuário e ativista de software livre essa sim é uma caixinha de surpresas. Estava eu em 2003 ganhando um PC novo do meu pai, garoto comum que gostava de computadores, até então conhecia somente nosso velho conhecido sistema de janelas e o sistema operacional de disco, era um PC razoável para a época, 256 MB de RAM, placa mãe Intel P4-MAPRO, incríveis 40 GB de disco rígido, placa de vídeo onboard e um gabinete baixinho de 3 baias, mas elegante.
Quando eu tirei ele da caixa e montei, foi uma experiência magnífica, apertei o power e o PC ligou, e adivinhem que estava nele? Esse mesmo, o pinguim
Insigne Linux 3.0 rodando um KDE que me fez me sentir em casa. Como nunca tive mente presa, não me preocupei com o nome do sistema ou simplesmente com a existência de um sistema, só era meio estranho a frase o "KDE está em execução". Eu somente sentei na frente do PC e brinquei com o sistema e com os jogos do KDE, me lembro que antes não tinha ficado acordado até 4:00 da manha, mas nesse dia fiquei jogando um mini golfe do KDE e brincando com o homem batata.
O fim do Linux no meu PC
Meu pai compra uma impressora hp3550 jato de tinta e chama um "técnico" para instalar um sistema de contas a receber no computador, pois na época ele tinha uma oficina e contas para receber de clientes variados. Chega o técnico e diz para minha mãe:
"- Isso aqui é o Linux, isso não serve para vocês não, isso somente é para grandes empresas"
Formata a máquina e é o fim do Linux no meu desktop, foi instalada uma cópia alternativa do sistema de janelas XP pacote de serviços 1, eu continuei usando normalmente o PC e sentindo falta de alguns joguinhos, mas tudo bem, trabalhos de escola, músicas em .mid,.mp3,.wma frutos de um desconhecimento total sobre formatos de arquivos, vantagens de algum formato em especifico e uso desordenado de programas de extração de músicas de cd.
Vídeo clips de vários artistas pop e outros nem tanto (coisa de adolescente), formatos de vídeo em sua maioria .avi porque funcionava no Windows Media Player e depois muitos programas de rodar vídeo, pois cada um tinha um codec específico.
Eu não tinha internet e minha vida era relativamente tranquila com relação a vírus, mas era comum passar por um velho e conhecido travão do sistema de janelas e às vezes por despejos de memória.
Desventura com o MS Windows
Em 2006 fui admitido em uma escola técnica federal para fazer o curso de técnico em informática com direito a aulas de banco de dados e programação, quando fui estudar nessa escola tive que me mudar, pois a escola ficava em outra cidade. Na viagem fiz uma parada na casa de minha irmã e liguei meu PC à internet dela, o sistema de janelas gentilmente se ofereceu para realizar atualizações e também reiniciou algumas dezenas de vezes. Como todo usuário desse sistema é paciente, eu esperei, esperei, esperei pacientemente as reinicializações...
Dando prosseguimento a minha viagem chego em minha nova casa (uma república), logo depois meu PC começa a mostrar uma mensagem de que eu podia ter sido vítima de falsificação de software e que meu Windows não era original, não fiquei muito surpreso com isso, mas aquela mensagem me incomodava um pouco. Aprendi a desativá-la no registro do sistema, então um dia, sem motivo aparente, perdi o sistema e todos meus dados junto com ele, e aprendi uma lição importante, nunca colocar sistema e dados em uma mesma partição.
Iniciando as minhas aulas no curso técnico conheci muita gente legal e um professor de programação muito louco que falava em linguagem C, Linux e que a Microsoft não era legal, fazia as coisas de um modo sujo e desleixado. Nessa época eu não entendia muito sobre os fundamentos da informática, mas já entendia sobre manutenção de hardware normalmente antigo; algum conhecimento em redes e operação de software e o mais importante, eu tinha a capacidade de ler, ler menus de programas, mensagens que os programas emitiam e coisas do tipo. Ler fez a diferença fundamental na minha vida de geek!