Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 24/08/2013 - 16:55h
Eu tinha um avô que era o maior barato.
E ele gostava de eventualmente levar animais exóticos para casa (macaco, bode, hiena*, quati, tatu, etc.).
Claro, antes de alguém sequer sonhar em fundar o Ibama.
Um dia ele levou uma cobra (!!!) muito bonita, de um azul muito forte, e que pelas conformidades (cabeça triangular, cauda curta) parecia ser peçonhenta.
E minha avó, é claro, deu uma bronca do tipo "ou ela ou eu".
Claro está que meu avô deu logo um jeito de doar a cobra para a Escola Rural de Veterinários, e resolveu a questão rapidamente.
Depois ele estava comentando:
"Eu até que fiquei em dúvida, mas a cobra não sabe fazer café, nem almoço nem jantar, não prega botão e nem faz chameguinho..."
Minha avó deve ter pensado: "É, eu também te amo!..."
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* Eu aprendi a virar cambalhota aos dois/três anos de idade, com a tal hiena.
Acho que ela teve contato prévio com humanos, pois era extremamente mansa e tinha uma série de procedimentos que não são comuns à espécie (eu tinha medo dela somente à noite, por causa dos imensos olhos refletivos).
Por exemplo, ela bebia água, lavava o focinho, as mãos e os pés e jogava o resto da água fora.
Mas um dia ela fugiu e conseguiu aterrorizar o Barro Preto inteiro em Belo Horizonte.
Se alguém chegasse perto, ela mostrava os dentes e começava a gargalhar.
(Interessante: Ninguém acha a menor graça quando uma hiena está rindo)...
Naquela época não havia internet nem telefone celular.
Mas quando localizaram e hiena, imaginaram logo que deveria ser "coisa do Accioli" e foram lá em casa avisar que tinha um bicho "parecendo um cachorro cinzento todo pintadinho" e que estava botando o maior terror.
Ele foi lá e trouxe a hiena de volta nos braços.
Ela veio docilmente, para pasmo geral da população.