Rei Tenguh
(usa Arch Linux)
Enviado em 03/05/2013 - 19:04h
Francamente não considero uma tempestade em copo d'água um político afirmar opiniões filosóficas pessoais como algo a descarecterizar a ciência frente a medicina. Acho seríssimo. E se torna ainda mais sério quando esse político não vê - ou não quer ver - todo o histórico jurídico de seu próprio país quanto a isso.
Quando os manicômios eram centros de tortura, o argumento também era o de que trataria-se quem quisesse. Mas as pessoas, em especial menores de idade, não tem poder de dizer "não" as famílias, e vira o que já virou uma vez.
Vale também lembrar que eram duas caraceterísticas sociais principais nos EUA da década de 60:
1- Todo mundo achava que o governo e a polícia deviam resolver todos os problemas, inclusive os morais.
2- Era a coisa mais comum do mundo uma mulher ser lobotomizada e virar zumbí por demostrar os "problemas psicológicos" ao pedir o divórcio.
Pessoalmente, eu tive um amigo que foi o exponencial da estória contada no filme brasileiro "Bicho de Sete Cabeças": o cara era um gênio com números; os cálculos que fazia de cabeça eram invejáveis, e suas conversas com o economista que morava no m,esmo prédio deixavam qualquer um de cabelos em pé.
Até que um dia o ignorante do pai pegou ele fumando um baseado e internou o coitado, pra tratamento psicológico. Bom, eu teria de gesticular pra conseguir expressar o jeito que ele saiu desse "tratamento". Ele PIROU, ficou bôbo, retardou-se, virou pinél.
Duas coisas poderia ser diferentes para que aquela bela mente não tivesse sido completamente destruída: ele estaria salvo se ou o seu pai tivesse fumado ao menos um baseado na vida ou se o Estado cumprisse a sua parte de proteger o cidadão evitando que alguém fosse internado pra "tratar" algo só porque desagradava alguém.
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É perigoso, amigo Buckminster. MUITO perigoso.
Penalidades (mesmo que chamadas de "tratamento") a pessoas que não representam perigo aos demais são uma das atitudesa mais perigosas a que um sistema pode se propor; ao lado, em intensidade, do perigo constante e diário a que a democracia se mantém desde sempre.